Na corrida pela descarbonização da economia, uma em especial cresce a olhos vistos para o consumidor final: a eletrificação de carros. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), atualmente o mundo já possui 16,5 milhões de veículos elétricos (VE) rodando pelas ruas e estradas.

O número é o triplo do registrado em 2018 e segue crescendo. Somente no primeiro trimestre deste ano, 2 milhões de novas unidades foram comercializadas, 75% a mais do que o mesmo período do ano passado. A opção é considerada, globalmente, uma das melhores para a substituição do uso de combustíveis fósseis nos motores à combustão. Mas nem tudo são flores.

Para produzir as baterias, são necessários lítio, cobalto e níquel. Em outras palavras, mineração. Para atender a demanda, segundo a IEA, somente em lítio, será necessário aumentar a produção em seis vezes para 500 quilotoneladas até 2030, o equivalente a 50 novas minas de tamanho médio, a grande maioria na China — principal produtor. Além disso, restrições de oferta de minerais estão se aproximando, o que pressiona o preço das commodities e torna, cada vez mais, a opção uma alternativa pouco popular sobretudo para países em desenvolvimento.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1277 da Revista Dinheiro)