Nesta sexta-feira (8), o Prêmio Nobel da Paz será entregue em Oslo, tendo como possíveis agraciados – e nenhum favorito – a liberdade de imprensa, a ativista sueca Greta Thunberg, ou a Organização Mundial da Saúde.

Diante de uma pequena audiência, em função da pandemia da covid-19, o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, revelará às 11h locais (6h em Brasília) o nome, ou nomes, dos vencedores – três no máximo – no grande salão do Instituto Nobel, em Oslo.

Este ano, 211 indivíduos e 107 organizações competirão pelo prestigioso prêmio. Fazer previsões não é uma tarefa fácil, pois a composição da lista de candidatos é secreta.

“Há boas razões para o prêmio ir para o jornalismo”, disse Sverr Lodgaard, pesquisador do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais (NUPI).

“Para os responsáveis intervirem em um conflito, é importante poder opinar com base em informações precisas da mídia”, explicou à AFP.

Desde sua criação em 1901, o Prêmio Nobel da Paz nunca recompensou a liberdade de informação. Talvez este ano chegue sua vez, afirmam especialistas, que citaram organizações como Repórteres Sem Fronteiras (RSF), ou o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), entre os potenciais vencedores.

Outra possibilidade é no campo da mudança climática, com a jovem sueca Greta Thunberg como baluarte, sozinha ou com outros ativistas, ou com seu movimento “Sexta-feira pelo Futuro”, 13 anos após o Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática e o americano Al Gore.

Até agora, já foram premiadas nesta edição mais mulheres do que de costume: a americana Louise Glück, em Literatura, na quinta-feira; a francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer Doudna, em Química, na quarta-feira; e a americana Andrea Ghez, em Física, na terça.

Thunberg vai-se juntar a esse grupo de prestígio? Com sua “greve escolar pelo clima”, a adolescente de 17 anos conseguiu sensibilizar a opinião pública sobre os perigos do aquecimento global e mobilizou milhões de jovens de todo planeta.

– Pandemia –

Neste ano de pandemia, a mais grave em um século, os cinco membros do Comitê do Nobel também podem estar dispostos a recompensar o trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo alguns observadores, embora sua gestão da crise de saúde também tenha muito criticada.

Em 2019, o prêmio foi concedido ao primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, por seus esforços de reaproximação com o ex-irmão inimigo Eritreia.

Outros nomes que estão sendo considerados para lhe suceder são: a negociadora de paz e ativista pelos direitos das mulheres Fawzia Koofi, do Afeganistão; o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU e seu secretário-geral, António Guterres; a chanceler alemã, Angela Merkel; ou o ícone da revolução sudanesa Alaa Salah.

Entre as suspeitas de candidaturas, ou aquelas já conhecidas, porque foram anunciadas por seus “padrinhos”, estão o povo de Hong Kong; o professor universitário uigur Ilham Tohti; a Otan; o cacique brasileiro Raoni Metuktire; e o trio Julian Assange, Edward Snowden e Chelsea Manning.

Milhares de pessoas – parlamentares e ministros de todos os países, laureados, alguns professores universitários, etc. – podem propor candidatos ao Comitê do Nobel.

O prêmio, que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e dez milhões de coroas suecas (em torno de US$ 1,1 milhão), será entregue formalmente no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de seu fundador, o empresário e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896).