A morte de um brasileiro por varíola dos macacos confirmada nesta sexta-feira, 29, pode ser a primeira fora da África no surto atual, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O balanço mais recente informa três mortes na Nigéria e duas na República Centro-Africana. A doença é considerada endêmica (convive com a população de forma contínua) na África Central e Ocidental – regiões onde estão localizados os dois países.

A Espanha também relatou sua primeira morte relacionada à monkeypox nesta sexta, conforme a agência britânica de notícias Reuters.

O boletim da OMS divulgado na segunda, 25, confere dados até dia 22 de julho. Em discurso, na terça-feira, 27, o diretor-geral, Tedros Adhanom, citou as mesmas cinco mortes, quando atualizou o número de casos mais de 18 mil – o balanço informava pouco mais de 16 mil.

O paciente brasileiro de 41 anos evoluiu para óbito na quinta, 28, e teve a morte confirmada pelo Ministério da Saúde nesta sexta. Residente de Belo Horizonte, em Minas Gerais, ele tinha “imunidade baixa” e “comorbidades” – que incluíam câncer (linfoma) -, de acordo com a pasta.

“Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva). A causa de óbito foi choque séptico (infecção generalizada), agravado pela monkeypox”, informou, em nota.

Para especialistas, o avanço da doença reforça a importância de serem redobrados os cuidados com imunossuprimidos, crianças, grávidas e idosos, grupos mais vulneráveis ao agravamento dos quadros. Medidas de higiene como lavar as mãos e evitar o compartilhamento de objetos ajudam a prevenir o contágio.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), casos graves, anteriormente, ocorreram mais entre crianças, jovens adultos e indivíduos imunocomprometidos, e estiveram relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações”. A monkeypox é geralmente uma “doença autolimitada”, com sintomas que duram de 2 a 4 semanas

A taxa de letalidade, de acordo com o órgão de saúde internacional, variou historicamente de 0% a 11%. “Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%”, pontua.