Organizações de Direitos Humanos pediram nesta sexta-feira (24) a liberdade de militantes palestinos detidos pela Autoridade Palestina, que os acusa de violar o estado de emergência na Saúde imposto por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Dezenove militantes anticorrupção foram presos (neste domingo) pelas forças palestinas por organizarem uma manifestação pacífica em Ramallah, na Cisjordânia, e 16 deles foram acusados de ‘reunião ilegal’ e ‘violação do estado de emergência'”, afirmou a Anistia Internacional.

Desses, dez militantes não foram libertados, segundo a Anistia, que acrescentou em comunicado divulgado na última quinta-feira que um tribunal havia prorrogado sua prisão por mais quinze dias.

As ONGs consideram que esses militantes estão “presos de forma arbitrária”, pediram a suspensão de todas as acusações contra eles e que sejam “imediatamente libertados”.

A Comissão Palestina Independente de Direitos Humanos indicou que os detidos estão em greve de fome, e que dois foram hospitalizados.

“São prisões políticas contra pessoas que realizam atividades pacíficas”, disse à AFP Ammar Dweik, diretor geral da Comissão.

A Autoridade Palestina proibiu qualquer reunião, impôs um bloqueio à Cisjordânia e também um toque de recolher como medidas de combate à propagação do novo coronavírus, depois do aumento do número de pessoas contaminadas.

O Ministério da Saúde da Palestina registrou oficialmente mais de 10.000 casos na Cisjordânia ocupada e 68 mortes. No início de julho, esse balanço foi de 2.600 casos e sete mortos.