Apesar da prevalência global da variante delta, a lambda (C37) também tem chamado atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). Classificada de variante de interesse, essa nova linhagem foi identificada pela primeira vez em agosto de 2020, no Peru, onde tem prevalência de 53% dos casos de covid-19 registrados, segundo a Gisaid, plataforma que compila informações genéticas sobre o coronavírus (Sars-Cov-2).

“Lambda tem sido associada a taxas substanciais de transmissão comunitária em vários países, com aumento de prevalência ao longo do tempo e de incidência de Covid-19. Foi observada uma prevalência elevada particularmente na América do Sul, em países como Chile, Peru, Equador e Argentina”, afirma a OMS em relatório.

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A lambda foi detectada em 6.388 sequências genéticas em 42 países, de acordo com o Gisaid. Segundo a OMS, o Peru registrou 81% dos casos de covid de abril a junho deste ano com a lambda. Ela ainda aparece no Chile (20%), Equador (11%), El Salvador (3%), Argentina, Colômbia, Bolívia (2%) e Venezuela (1%).

No Brasil, apenas dez casos da lambda foram identificados: cinco em São Paulo, quatro no Rio Grande do Sul e um no Paraná.

Contudo, cientistas ainda apontam que nenhuma variante desenvolveu tanto a sua capacidade de transmissão como a delta, que representa 88% dos casos globais de contaminação por Covid-19, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

“Nada até agora apareceu para competir com a delta”, afirma Trevor Bedford, virologista do Centro de Pesquisa em Câncer de Seattle, ao Wall Street Journal.

A América do Sul é o único continente em que a delta ainda não é a variante dominante – ela compete tanto com a lambda como com a mu, detectada na Colômbia.

Variantes de interesse segundo a OMS:

Eta – detectada em dezembro de 2020 em diversos países;

Lota – detectada em novembro de 2020 nos Estados Unidos;

Kappa – detectada novembro de 2020 na Índia;

Lambda – detectada em dezembro de 2020 no Peru

Mu – detectada em janeiro de 2021 na Colômbia