A variante Delta do novo coronavírus (Sar-Cov-2) já se tornou predominante em pelo menos 61 países e respondeu por mais da metade dos casos analisados, de acordo com a plataforma internacional Gisaid. São 43% das nações incluídas nesse banco de dados abastecido por cientistas de todo o mundo.

Nos países onde a cepa se tornou praticamente exclusiva, como Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Austrália, confirmou-se a tendência de aumento de casos e de óbitos após a proliferação da nova variante. As informações são do jornal digital GZH.

O salto de novos casos de Covid-19 foi maior em Israel, onde demonstra o maior percentual da população completamente vacinada, com 62% dos habitantes imunizados. Ainda assim, a média diária de novos casos por milhão disparou de cerca de oito no começo de maio para mais de 800 ao final deste mês.

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Nos Estados Unidos, no mesmo período, esse patamar saltou de cerca de 150 para mais de 450 novas notificações diárias por milhão com pouco mais da metade dos americanos com esquema vacinal concluído. Uma das hipóteses é de que, com o avanço inicial das aplicações de imunizantes, mas ainda distantes de alcançar a imunidade coletiva, esses países tenham aberto mão rápido demais de outras ações de combate à pandemia, como uso de máscara e distanciamento social.

A Austrália, que se notabilizou por medidas mais severas de distanciamento ao longo de toda a pandemia, somou 100% das amostras genéticas vinculadas à Delta nas últimas quatro semanas. O número de casos também passou a subir, mas em um patamar 27 vezes inferior ao israelense, por exemplo, mesmo com uma proporção mais baixa de australianos vacinados (25,6%).

A situação do Brasil e do Rio Grande do Sul, que oscila entre um cenário de estabilidade e pequenas quedas de hospitalizações, diverge do cenário nesses outros países, mas a Delta começou a se espalhar mais tarde e ainda vem ganhando impulso.

O painel da Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta uma prevalência de 59% da Delta no país no mês de agosto, mas esse número pode ser superestimado por razões como a maior testagem de casos suspeitos da nova cepa e em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde ela aparenta ser mais frequente do que em outros lugares.