A variante britânica do coronavírus continua se espalhando pelo mundo e já atingiu pelo menos 60 países e territórios, informou a OMS nesta quarta-feira (20), enquanto o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, prestou homenagem aos 400.000 mortos no país.

A variante britânica, muito mais contagiosa do que o vírus SARS-CoV-2 original, estava presente em apenas 50 países até 12 de janeiro.

A China anunciou nesta quarta-feira os primeiros casos dessa variante em Pequim.

A variante sul-africana está-se espalhando mais lentamente e está presente em 23 países e territórios, três a mais do que em 12 de janeiro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu balanço epidemiológico semanal.

A OMS informou ainda que está monitorando a disseminação de outras duas variantes que surgiram no Brasil, entre elas a P1, que apareceu no estado do Amazonas e também foi detectada no Japão em quatro pessoas procedentes do país sul-americano.

A pandemia causou pelo menos 2.041.289 mortes em todo mundo desde seu aparecimento na China no final de dezembro de 2019, de acordo com um balanço da AFP de terça-feira, e quase 95,5 milhões de casos foram oficialmente diagnosticados.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de casos (mais de 24 milhões, de acordo com a última contagem da Universidade Johns Hopkins) e também com o maior balanço de óbitos.

O presidente eleito, Joe Biden, prestou uma homenagem em Washington, na terça-feira (19), véspera de sua posse, às 400.000 mortes no país causadas pela covid-19.

“Às vezes, é difícil lembrar. Mas essa é a maneira de curar. É importante que façamos isso como país”, disse o democrata, que sucederá a Donald Trump esta tarde.

Biden fez um breve discurso diante de 400 luzes em homenagem às vítimas, na esplanada do National Mall, em Washington.

O presidente eleito, que quer priorizar o combate ao coronavírus, anunciou que emitirá um decreto para tornar obrigatório o uso de máscaras em locais dependentes do Estado, bem como nas viagens entre estados, algo que Donald Trump sempre se recusou a fazer.

Na Europa, Reino Unido e Portugal registraram recordes diários de mortes por covid-19 desde o início da pandemia, com 1.610 e 218 óbitos, respectivamente.

Com 10 milhões de habitantes, Portugal se tornou o país do mundo com mais contaminados em relação à sua população.

– Alemanha reforça medidas –

Na Alemanha, onde quase mil mortes por coronavírus foram registradas na terça-feira, a chanceler Angela Merkel anunciou novas restrições que incluem a obrigação de usar máscaras médicas no transporte público e em lojas.

Todas as restrições já em vigor, como o fechamento de escolas, bares, restaurantes e espaços culturais, “valem até 14 de fevereiro”, anunciou a chanceler.

Ela também alertou, dois dias antes de uma reunião do Conselho da União Europeia, que o restabelecimento dos controles entre os países do bloco não pode ser descartado.

Até o momento, de acordo com um balanço da AFP, pelo menos 60 países, ou territórios, representando 61% da população mundial, lançaram campanhas de vacinação. Deste total, 11 países representam 90% das doses já injetadas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu que o mundo vai encarar um “fracasso moral”, se os países ricos acumularem vacinas.

Como em muitas partes do mundo, países como Índia, Brasil e Rússia lançaram suas campanhas de vacinação, às vezes com limitações logísticas e desconfiança dos céticos.

Na Europa, o Reino Unido, afetado por uma variante até 70% mais contagiosa, passou a vacinar os maiores de 70 anos.

Na França, desde segunda-feira, as vacinas também estão disponíveis para maiores de 75 anos.

Na América Latina, a Argentina, um dos primeiros países do mundo a usar a vacina russa Sputnik V, anunciou terça-feira que começou a administrar a segunda dose. O país de 44 milhões de pessoas registrou mais de 45.000 mortes por covid-19.

No Oriente Médio, Israel já vacinou um quarto de sua população e estendeu o confinamento até o final de janeiro. Outros países da região, como o Líbano, não receberão suas primeiras vacinas da Pfizer-BioNTech até meados de fevereiro.

– Poderes limitados para a OMS –

De acordo com um comitê de especialistas da OMS, “teria sido possível atuar mais rapidamente com base nos primeiros sinais” da epidemia na China.

Segundo o mesmo relatório, a pandemia revelou a fragilidade desta instituição, com meios insuficientes e “poder limitado” perante os Estados.

Outra equipe de especialistas da OMS está na China, tentando rastrear a origem da covid-19.

A China decidiu na segunda-feira confinar mais três milhões de pessoas ao nordeste para conter novos surtos.

Na Austrália, mais dois tenistas do Aberto da Austrália testaram positivo para a covid-19, elevando para dez o número de contágios relacionados ao torneio. Por causa da pandemia, o evento começará com três semanas de atraso em relação à data tradicional.

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