A gestora de recursos holandesa Robeco colocou a Vale na lista de ativos proibidos, após o rompimento da barrarem de Brumadinho (MG). Segundo reportagem publicada no Valor Econômico, esta é a primeira vez que uma empresa brasileira é excluída do índice da gestora. A Robeco detém mais de US$ 170 bilhões de ativos e é uma das principais companhias em políticas de investimento comprometidas com questões ambientais, sociais e de governança, conhecidas pela sigla em inglês ESG (“environmental, social and governance”).

A Vale passa a integrar uma lista de 44 empresas de todo o mundo com aplicações vetadas pela Robeco. A exclusão deve-se ao fato de a companhia ser considerada com “comportamento controverso”. Apenas duas das 44 companhias proibidas tem essa justificativa. O prazo entre o anúncio da exclusão e a execução da ordem é de três meses.

A gestão da Vale já havia chamado a atenção dos analistas da Robeco com o rompimento da barragem de Mariana, em 2015. A estrutura pertencia à Samarco, uma joit venture entre a empresa brasileira com a anglo-australiana BHP. Há três anos, analistas da gestora holandesa acompanhavam os procedimentos da Vale. No fim do último ano, a mineradora brasileira promoveu diversos encontros com fundos europeus de ESG.

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, as ações da Vale caíram 19% e o valor de mercado da empresa teve desvalorização de R$ 56 bilhões. A tragédia em Minas Gerais deixou 166 mortos e 155 desaparecidos.