Rio, 20/9 – O valor da produção primária florestal brasileira alcançou R$ 19,1 bilhões em 2017, um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior, segundo ano consecutivo de avanço. Os dados são do levantamento Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2017 divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A silvicultura respondeu por 77,3% desse total, ou R$ 14,8 bilhões, enquanto o extrativismo vegetal teve participação de 22,7%, R$ 4,3 bilhões.

O resultado foi impulsionado pelo crescimento de 5% no valor de produção da silvicultura. Já o extrativismo vegetal teve queda de 1,9% no período. Segundo o IBGE, o valor de produção da silvicultura tem superado o da extração vegetal desde o ano 2000.

Os produtos madeireiros foram responsáveis por 90% do valor de produção florestal. Houve crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior; o conjunto dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas para fins comerciais registrou aumento de 5% no valor de produção, enquanto os originários de extração vegetal tiveram retração de 2,7%.

O IBGE ressalta que o movimento é resultado do maior controle na exploração de madeiras de espécies nativas e do incentivo à preservação de florestas, fazendo o setor investir na plantação de espécies exóticas, com maior produtividade, em substituição à atividade de extração madeireira.

Ainda assim, a madeira em tora extraída da natureza rendeu R$ 1,9 bilhão aos extrativistas, resultado que inclui a extração ilegal de madeira. A extração de lenha da natureza somou outros R$ 541,0 milhões, e o carvão vegetal, R$ 317,2 milhões.

Na silvicultura, o único produto com queda no cultivo foi o carvão vegetal, embora tenha registrado aumento no valor de produção. Já o volume produzido de madeira para papel e celulose apresentou crescimento, mas o valor da produção diminuiu.

Na extração vegetal, a média global foi influenciada pela retração na produção de carvão vegetal e lenha. Os produtos madeireiros responderam por 64,1% do valor de produção da extração vegetal, seguidos pelos Alimentícios (27,7%), Ceras (4,8%) e Oleaginosos (2,7%). Entre os produtos extrativos não madeireiros, o destaque foi a alta de 10,5% no valor de produção de açaí, para um total de R$ 596,8 milhões, mas também houve crescimento no pequi (39,8%), erva-mate (6,4%), carnaúba em pó (5,1%) e pinhão (2,5%). Em contrapartida, o valor de produção da castanha-do-pará encolheu 5,4% em relação a 2016, para R$ 104,1 milhões.

O Estado do Paraná teve o maior valor de produção florestal, R$ 3,7 bilhões, seguido por Minas Gerais, com R$ 3,3 bilhões, e Santa Catarina, com R$ 1,8 bilhão. No ano passado, o IBGE identificou registro de produção primária florestal em 4.837 municípios.

Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, foi o primeiro no ranking, com R$ 389,9 milhões. Dos 20 municípios com maior valor de produção, as florestas plantadas foram dominantes, com exceção de São Mateus do Sul, no Paraná, destaque na extração de erva-mate; Limoeiro do Ajuru e Oeiras do Pará, no Pará, com extração de açaí; e Portel, no Pará, com maior participação dos produtos do extrativismo.

As áreas de florestas plantadas totalizaram 9,9 milhões de hectares em 2017, cerca de 70,5% delas nas Regiões Sul e Sudeste. O cultivo de eucalipto corresponde a 75,2% das florestas plantadas para fins comerciais no País.