Uma semana de boas notícias trouxe euforia para o setor de mineração, na semana passada. A cotação do minério de ferro, em queda havia 50 dias no mercado da China, recuperou 3% de seu valor somente na terça-feira 20. 

 

Com a demanda aquecida, voltaram a circular estimativas de que o preço da tonelada da commodity flutuará na confortável faixa entre US$ 100 e US$ 200 nos próximos três anos. Hoje, a cotação é de US$ 122. 

 

 

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Excelente notícia para a Vale, segunda maior mineradora do mundo. “Foi uma acomodação sazonal. Nossa expectativa é de um repique no quarto trimestre”, destacou Cláudio Alves, diretor de Estratégia da empresa.

 

O mercado reagiu com otimismo. Em três pregões da Bovespa, as ações da companhia subiram 12%, com giro acima de R$ 2 bilhões. O temor de uma nova recessão mundial foi dissipado, pelo menos para a Vale. As preces do presidente, Roger Agnelli, foram ouvidas. 

 

“O preço da tonelada do minério dobrou em relação ao primeiro trimestre, e o cenário mundial é de recuperação”, observa Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. O primeiro balanço da Vale no ano registrou receitas de R$ 13 bilhões. Analistas esperam uma cifra até 30% maior no segundo trimestre. 

 

Depois de ver seu lucro cair pela metade no ano passado, a empresa agora ganha com a recuperação no mercado externo. Especialmente o da China, cujo consumo total deve passar dos atuais 600 milhões de toneladas ao ano para 800 milhões em 2020. 

 

Enquanto os Estados Unidos e a Europa devem começar a recompor estoques somente no quarto trimestre, China já recomeçou esse processo. A Vale aproveitou.  Este ano, deve produzir 300 milhões de toneladas, no limite da sua capacidade de produção. 

 

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No primeiro semestre, as exportações de minério de ferro saltaram 21% em volume e 45% em receitas, se comparadas ao mesmo período de 2009. “Retomamos a produção de maneira significativa. Voltamos aos números pré-crise”, anima-se Paulo Camillo Vargas Penna, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração. Com a demanda em alta, a Vale emplacou um reajuste de quase 100% no valor do minério, em março, apesar da gritaria das siderúrgicas. 

 

Agora, o desafio é atender à demanda mundial nos próximos anos. Para 2011, a expectativa é de elevar a produção em cerca de 20 milhões de toneladas. A empresa corre para colocar em operação duas novas minas até 2014. “A Vale está muito posicionada para atender ao crescimento da demanda futura”, avalia Max Bueno, analista da Spinelli Corretora.