A Vale poderá ser obrigada a construir um muro de contenção para tentar evitar que a lama da barragem da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), atinja a cidade em um eventual rompimento da estrutura. A informação é do tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais. Apesar de esta ser uma possibilidade, Godinho afirmou que qualquer solução para a barragem “não está próxima”.

Outra saída seria intervenções na barragem para que sua estrutura seja melhorada. Qualquer saída, porém, esbarra no nível de emergência atual da represa, atualmente com status 3, que significa ruptura iminente ou já ocorrendo. Isso impede a atuação de operários que fariam as obras.

A utilização de máquinas operadas a distância poderia ocorrer. “Quando? Não tem data”, disse Godinho, que repassou informações nesta segunda-feira, 25, a moradores de Barão de Cocais sobre o simulado de rompimento da barragem, que acontece às 16h na cidade. “Seja o custo que for, vai ser feito”, disse o tenente-coronel, sobre as possíveis saídas que forem encontradas para a estrutura. É a Vale que tem a barragem, e isso vai ser feito”, afirmou.

A reunião com moradores na Escola Efigênia de Barros Oliveira, em um dos pontos de encontro aos quais os habitantes da cidade terão de se dirigir caso a estrutura se rompa, teve momentos de tensão. “Quando esse pesadelo vai acabar?”, questionou ao representante da Defesa Civil a motorista Emília de Jesus, 32 anos, que mora no bairro Três Moinhos com filho e marido. A resposta do tenente-coronel foram as informações sobre possíveis obras e o fato de não haver solução no curto prazo.

Emília lembrou a tragédia em Brumadinho (MG). “Temos nossa vida garantida por causa de quem está debaixo da lama. Não fosse isso, ninguém estava lembrando da gente”, disse.

Segurança

Algumas das preocupações da Defesa Civil em relação ao simulado a ser realizado nesta segunda-feira é quanto a possíveis invasões de casas durante o teste e boataria. “Temos várias fake news tentando implantar o caos”, disse o representante da Defesa Civil. “Chegou mensagem no celular falando que a barragem se rompeu, vá para a porta de casa, se aparecer um carro em cinco minutos (avisando que a barragem se rompeu), é verdade”.

Para evitar invasões, segundo o tenente-coronel, o efetivo da Polícia Militar na cidade será ampliado. O número exato, no entanto, não é divulgado.