A mineradora Vale omitiu a divulgação de boletins que poderiam ter evitado o colapso, em 25 de janeiro, da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, que deixou 270 mortos e desaparecidos, informou nesta terça-feira (5) a Agência Nacional de Mineração (ANM).

“Se a ANM tivesse sido informada corretamente, poderia ter tomado medidas cautelares e cobrado ações emergenciais da empresa [Vale], o que poderia ter evitado o desastre”, destacou o órgão oficial em um comunicado.

O colapso da barragem liberou milhões de toneladas de resíduos de mineração. Após a tragédia, a Vale, empresa que é a maior produtora mundial de ferro, se viu forçada a suspender algumas de suas operações em instalações equipadas com barragens com alteamento a montante, mesmo tipo da que se rompeu.

A ANM publicou seu relatório, de 194 páginas, exatamente quatro anos depois do rompimento de outra barragem em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, também em Minas Gerais, pertencente à empresa Samarco, uma ‘joint-venture’ controlada pela Vale e a mineradora anglo-australiana BHP.

Em 5 de novembro de 2015, os resíduos soterraram o distrito, matando 19 pessoas. A enxurrada percorreu mais de 600 km a jusante pelo rio Doce e seus afluentes, até desembocar no oceano Atlântico, provocando a pior tragédia ambiental do país.