Meio Ambiente

A Vale se tornou tão tóxica quando a lama que derramou sobre Brumadinho em 25 de janeiro. A mineradora não consegue encaminhar à Agência Nacional de Mineração (ANM) nem à Secretaria do Meio Ambiente os projetos de descaracterização das suas barragens de resíduos. São 10 estruturas que, segundo determinação do Ministério Público, precisam ser desativadas ou reforçadas para que novos rompimentos não ocorram. Cada uma delas deve seguir um plano de ação emergencial com detalhamento técnico das medidas a serem adotadas. O problema é que seis empresas que realizam esse tipo de estudo já se recusaram a trabalhar para a companhia, segundo reportou o jornal O Estado de S. Paulo. Mesmo a WorleyParsons, que mantinha proximidade com a mineradora, não confirma sua contratação. A barragem da mina Córrego do Feijão tinha um laudo técnico da empresa alemã Tüv Süd, contratada pela Vale, que garantia sua segurança e estabilidade e, por isso, acabou envolvida nas investigações conduzidas pelo MP. A mineradora argumenta que apresentou os projetos de descaracterização das barragens em 22 de março, embora sem os planos. Para cumprir o acordo firmado com o MP, a Vale pede mais prazo e isenção das multas. Cinco municípios estão sob risco enquanto o imbróglio não se resolve.

 

Curtas

1 – Desde que o presidente Jair Bolsonaro liberou a entrada de turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália sem a necessidade de visto, a procura de estrangeiros pelo Brasil aumentou cerca de 36%, segundo levantamento do portal internacional de viagens Kayak.

2 – Estudo da consultoria global Duff & Phelps, especializada em finanças corporativas, mostra que são esperados 20 novos IPOs no Brasil até o fim deste ano. Só para se ter uma ideia, em 2018 apenas seis empresas conseguiram fazer a abertura de capital na bolsa de valores.

3 – A revista britânica The Face. fundada em 1980 e descontinuada em 2004, volta às bancas este ano. Embora tenha conta no Instagram e, em breve, um site, o editor Stuart Brumfit quer distância do imediatismo da Internet: “Seremos um espaço para que as possas possam desacelerar e ter perspectiva sobre o que acontece”.

 

Sindicalismo

RH do STF autoriza desconto de imposto sindical em folha

O Supremo Tribunal Federal (STF) agiu contra a medida provisória do presidente Jair Bolsonaro (PSL), assinada em 1º de março, que proíbe o desconto do imposto sindical na folha de pagamento. O RH do STF permitiu a cobrança dos 1,7 mil servidores da Casa. A MP determina que a contribuição tenha caráter voluntário e seja feita via boleto bancário, mas é contestada por ADIs (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) no próprio Supremo sob relatoria do ministro Luiz Fux.

 

No Brasil, desempregados equivalem a quatro Uruguais

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE, mostram que a taxa de desemprego no Brasil subiu 12,4% no trimestre fechado em fevereiro deste ano. Com a alta, o contingente de pessoas desocupadas atingiu a marca de 13,1 milhões de brasileiros. Só para se ter uma ideia do tamanho do problema, o número de desempregados no País supera a população total do Paraguai, Bolívia e Uruguai.

 

Empresas

Thales conclui compra da Gemalto

Foram quinze meses de espera, mas o grupo francês Thales, especializado em tecnologia para o mercado aeroespacial, concluiu a compra da holandesa de segurança digital Gemalto por € 4,8 (R$ 20,75 bilhões). Com o acordo, a francesa se torna líder global do segmento e passará a desenvolver soluções para gerenciamento de tráfego aéreo não-tripulado, segurança cibernética de dados, redes, aeroportos e transações financeiras. Juntas, as empresas empregam 80 mil funcionários e registram receita de € 19 bilhões (R$ 82,16 bilhões). “Com a Gemalto, a Thales adquiriu um conjunto de tecnologias e competências altamente complementares”, disse em nota Patrice Caine, presidente e CEO da empresa francesa. “Juntos, estamos criando uma gigante com capacidade para competir na grande liga mundial.”

 

 

Tecnologia

Lyft estreia na Nasdaq avaliada em US$ 24,3 bilhões

Maior rival da Uber nos EUA, a startup de mobilidade Lyft estreou sexta-feira 28 na Nasdaq com ações negociadas a US$ 78,29, uma alta de quase 9% em relação ao preço de abertura do papel (US$ 72). Com a sua primeira oferta inicial (IPO, na sigla em inglês), a empresa fechou o dia com valor de mercado de US$ 26,4 bilhões. No total 32,5 milhões de ações foram vendidas, totalizando US$ 2,3 bilhões.

 

Números

R$ 432 bilhões – Foi o faturamento da petroleira estatal saudita Saudi Aramco em 2018. O valor foi divulgado pela agência de classificação Moody’s. Com isso, a empresa da Arábia Saudita, impactada pela valorização do petróleo em 31% no ano passado, se tornou a companhia mais lucrativa do mundo.

US$ 785 milhões – É o custo semanal para a economia do Reino Unido com o referendo do Brexit, realizado em junho de 2016. Segundo relatório da Goldman Sachs, a desfiliação britânica custou à quinta maior economia do mundo cerca de 2,5% de seu PIB no ano passado.

R$ 17,6 bilhões – É o valor total dos recursos da Vale congelados na última semana pela 1ª Vara Civil da Comarca de Nova Lima (MG). O bloqueio tem como objetivo a indenização das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais.

R$ 137 milhões – É o valor que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), confessa ter em três contas na Suíça. Preso pela operação Lava Jato e condenado a 145 anos de prisão, Paulo Preto é apontado pela Justiça como operador do PSDB.

1,98% – É o que deve crescer o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, segundo dados da Pesquisa Focus, realizada pelos economistas do Banco Central. Essa é a primeira vez que a expectativa da atividade econômica fica abaixo de 2%

615 – Empresas de blockchain existem hoje na China, o que corresponde a 25% de todos os projetos mundiais envolvendo a tecnologia, diz a Blockdata, empresa de pesquisas baseada em Pequim. O número de patentes chinesas em blockchain já supera o das americanas.