(Reuters) – A mineradora Vale anunciou nesta quarta-feira a celebração de sete acordos com parceiros chineses, incluindo uma usina de ferro-níquel na Indonésia, além de soluções de descarbonização e cooperação financeira, técnica e econômica em pesquisas.

As parcerias, assinadas em encontros comerciais realizados durante a viagem da missão brasileira ao país asiático, reforçam a agenda estratégica da Vale e fortalecem seu relacionamento com a China, uma importante compradora de minério e matérias-primas para a indústria siderúrgica, destacou a companhia.

“Continuaremos a oferecer ao país produtos de minério de ferro de alta qualidade para apoiar o desenvolvimento contínuo de sua economia e aprofundar ainda mais nossa parceria estratégica em mineração sustentável e soluções com baixo teor de carbono”, afirmou em nota Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale.

Em uma das frentes, a Vale Indonésia assinou um acordo para investimento com a Tisco (grupo Baowu) e a Xinhai no projeto Morowali, visando a construção de uma usina de processamento de ferro-níquel com fornos elétricos rotativos (RKEF) e uma produção anual mínima de 73 mil toneladas de níquel e outras instalações de apoio.

O projeto na Indonésia utilizará energia a gás para fornecer eletricidade, devendo se enquadrar como um projeto “verde e de baixo carbono”. O start-up está previsto para 2025.

Investimentos não foram publicados no comunicado. A Vale acrescentou que o projeto Morowali, anteriormente conhecido como Bahodopi, foi aprovado pelo Conselho de Administração da empresa em julho de 2022.

A Vale também firmou cooperação com a Baoshan Iron & Steel, do grupo Baowu, para desenvolvimento de biocarvão, produto a partir de biomassa considerado como um substituto para o carvão no processo de fabricação de aço, com potencial para reduzir as emissões de carbono.

“Para a Vale, é essencial estar envolvida no desenvolvimento desta tecnologia, que contribuirá para seu objetivo de reduzir as emissões de escopo 3 em 15% até 2035”, disse.

A mineradora brasileira também anunciou um memorando de entendimento com a XCMG para o desenvolvimento da primeira motoniveladora zero emissão do mundo.

O equipamento, que é usado para nivelar os acessos às minas, será testado em unidades da Vale em Minas Gerais e Pará. Se aprovado nos testes, a companhia pretende adquirir “vários modelos ao longo dos próximos anos”, visando atingir sua meta de reduzir em 33% as emissões de seu escopo 1 e 2 até 2030.

Na área financeira, foram assinados acordos com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) e o Bank of China, que darão apoio de crédito à Vale através de facilidades de empréstimo, de financiamento de projetos, comércio ou ativos, de garantias bancárias, entre outros.

A mineradora e os dois bancos também pretendem aprofundar ainda mais sua colaboração no combate às mudanças climáticas, incluindo financiamento verde, energia renovável e outras oportunidades que surgem da transição energética.

A Vale também assinou acordos com a Universidade Tsinghua para intercâmbio de conhecimento técnico e com a Central South University (CSU) para pesquisas em siderurgia de baixo carbono.

(Por Eduardo Baptista e Letícia Fucuchima)

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