Após duas grandes tragédias motivadas por rompimentos de barragens em suas operações, a Vale anunciou investimentos de R$ 11 bilhões nos próximos cinco anos em processamento a seco do minério de ferro, para que o método suba dos 60% atuais para 70% das suas operações até 2023.

Segundo comunicado enviado pela companhia na manhã desta segunda-feira, 13, nos últimos dez anos já foram investidos R$ 66 bilhões para implantar esse processo nas suas unidades. A mineradora explica que o processamento a seco do mineiro está vinculado à qualidade do minério de ferro a ser produzido, e por este motivo as operações que mais utilizam o processo a seco estão localizadas no Pará.

“O processamento a seco está vinculado à qualidade do minério de ferro extraído na frente de lavra. Em Carajás, como o teor de ferro já é elevado (acima de 64% de ferro), o material somente é britado e peneirado, para ser classificado por tamanho (granulometria). Já em Minas Gerais, o teor médio é de 40% de ferro, contido em rochas conhecidas como itabiritos”, disse a Vale em nota.

No Pará, no chamado Sistema Norte, cerca de 80% das quase 200 milhões de toneladas produzidas em 2018 foram através de processamento a seco. Em Minas Gerais, o processamento a seco foi ampliado de 20%, em 2016, para 32%, em 2018.

Em 2016, o rompimento de uma barragem da Samarco, então joint venture da Vale com BHP, causou o maior acidente ambiental do País e matou 19 pessoas.

Em janeiro deste ano, uma nova tragédia, com o rompimento da barragem da mina da Vale de Córrego do Feijão, em Brumadinho, também Minas Gerais, deixou um saldo até o momento de 238 mortos, e mais 32 corpos que ainda não foram localizados.