A necessidade do home office e das aulas à distância, com a chegada da pandemia, provocou aumento significativo na quantidade de notebooks vendidos em todo o mundo – cerca de 60 milhões no último trimestre de 2020. Isso representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. As pessoas passaram a se preocupar com a performance e a eficiência de suas máquinas, segundo relatório do DigiTime.

Rafael Carvalho, especialista em Cyber Security e Cloud Computing da Crowe, rede global de auditoria e consultoria, explica que o primeiro passo a ser considerado antes de comprar um notebook é a finalidade. É importante entender se os recursos computacionais atenderão as demandas, como o envio de e-mails, manipulação de planilhas, navegação na internet, edição de fotos, vídeos, jogos com altas demandas de resolução gráfica e armazenamento.

O segundo passo é definir o valor da compra do equipamento. “Os tamanhos de tela mais usados variam de 13 a 17 polegadas. Algumas pessoas preferem equipamentos menores por serem melhores para transportar. Para produções de vídeos, fotos e games é bom ter uma tela maior. Quanto maior a tela, maior o preço da máquina”, alerta Carvalho.

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O HD SSD, dispositivo moderno e rápido, ganhou espaço no mercado porque permite melhor desempenho e agilidade. De acordo com o especialista, é grande a diferença entre o HD comum e o SSD. “Hoje os sistemas operacionais com maior evidência, como o Windows 10, têm um desempenho diferente dependendo do HD alocado”, explica.

Segundo ele, embora seja mais caro, não é recomendado utilizar o HD comum, a não ser que seja um complemento para utilizar como armazenamento. Em alguns casos, são oferecidos dois modelos de HDs num mesmo equipamento. Um para instalação do sistema operacional e programas e outro para armazenamento de dados. Entretanto, não é recomendado armazenar informações no dispositivo e sim em algum recurso em nuvem, pois em casos de furto, roubo, perda, queda ou problemas físicos, todos os arquivos podem ser perdidos e o custo para recuperação é alto.

A memória é outro item que influencia diretamente no desempenho do equipamento. Deve-se considerar o mínimo de 4 GB apenas para o sistema operacional funcionar perfeitamente. A partir daí, é importante prever a quantidade de telas e programas que serão abertos simultaneamente. Quanto mais programas abertos, mais memória é necessária. Outro ponto importante é saber os recursos mínimos que os softwares a serem utilizados precisam para ter um bom funcionamento.

A família de processadores mais conhecida é a da Intel, que são I3, i5, i7, i9 e suas gerações. No caso da AMD, os processadores se dividem entre os Athlon, usados em computadores simples, e os Ryzen 3, Ryzen 5 e Ryzen 7. A diferença entre eles é o poder de processamento e a resposta a cada solicitação enviada.

As placas de vídeo são, basicamente, de dois grupos. Um com GPU integrada ao processador e outro com chip gráfico dedicado. No primeiro grupo, os preços são mais baixos e a performance é inferior. Essa solução atende a maioria dos usuários, mas não é suficiente para tarefas mais exigentes, como softwares de edição e jogos em geral. Já os produtos com placa dedicada, normalmente de Nvidia e AMD, prometem maior performance no geral, inclusive para rodar games, porém costumam ser mais caros.

Carvalho alerta que é importante verificar se o modelo a ser comprado ainda é fabricado, o período da garantia, os diferentes tipos de suporte e os critérios de atendimento do suporte adquirido, além da avaliação do público sobre o produto e a marca.

Por fim, o especialista recomenda a análise das portas de entradas do notebook. Atualmente, muitos equipamentos não possuem entradas USB, de vídeo e rede. Esses pontos podem ser fundamentais em alguns casos.