Não é de hoje que as universidades brasileiras se empenham em formar profissionais para companhias de tecnologia, grandes indústrias e novas empresas do setor de serviços. Já o comércio tem sofrido com a falta de mão de obra qualificada e com a alta rotatividade. É neste cenário que as redes varejistas Magazine Luiza, Riachuelo e Preçolandia decidiram apoiar a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) a lançar uma instituição de ensino própria. A Faculdade do Comércio de São Paulo levou dois anos para ser aprovada pelo Ministério da Educação e começou a funcionar neste mês, no prédio da ACSP, com aulas para 110 alunos em cinco diferentes cursos: Administração (bacharelado), Gestão Comercial, Sistemas para Internet, Gestão de RH e Gestão Logística. As empresas apoiadoras irão cobrir os custos para seus funcionários. A meta é formar 400 alunos por ano no presencial. Na modalidade de ensino a distância (EAD), em fase de aprovação, serão outros 2 mil. O diretor-geral da faculdade, Wilson Victorio Rodrigues (na foto, com o guarda-chuva), afirma que os cursos superiores atuais não atendem a demanda do comércio varejista. “A maioria forma profissionais para indústria, tecnologia ou serviços. Queremos qualificar e ajudar profissionais a adquirir competências para fazer carreira no varejo”, diz. A nova instituição, segundo ele, pretende inovar na forma de ensinar. “Vamos usar uma metodologia em que os alunos serão os protagonistas, não o professor. Eles devem aprender a se comunicar, avaliar situações e tomar decisões”, afirma o economista e diretor pedagógico, Roberto Macedo (à dir.), que também é coordenador do conselho econômico da ACSP, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e ex-chefe do departamento de economia e diretor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.

(Nota publicada na edição 1161 da Revista Dinheiro)