Depois de enfrentar uma disputa sangrenta entre seus controladores, a ítalo-argentina Ternium e a japonesa Nippon Steel, que gerou uma crise sem precedentes entre 2016 e 2017, a Usiminas está sorrindo feito criança. Os primeiros dois trimestres deste ano foram os melhores da história da companhia, uma das maiores produtoras de aço do País. Entre maio e junho, o Ebitda chegou a R$ 5,1 bilhões e o lucro líquido alcançou R$ 4,5 bilhões, alta de 277% sobre o total de janeiro a março. Houve recorde em todas as unidades de negócios. “Tivemos o melhor desempenho do século”, afirmou à DINHEIRO o CEO, Sergio Leite, sem esconder a euforia com a empresa mineira fundada em 1956. “Estamos elaborando um plano para manter nosso crescimento pelos próximos dez anos”, disse o executivo.

Nos três anteriores, o Ebtida havia ficado em R$ 2,4 bilhões. A multiplicação dos resultados da Usiminas é justificada, segundo o CEO, a uma combinação de fatores: boom das commodities, reaquecimento da atividade econômica e preparação da companhia nos últimos meses. “A conjuntura contribuiu, mas fizemos internamente o que tinha de ser feito.” Apesar do momento histórico, o CEO da Usiminas teme pelo futuro da indústria e condiciona o sucesso da economia nos próximos anos às reformas.

“Precisamos passar por um processo de reindustrialização do Brasil, transformar o País em um canteiro de obras e criar um ambiente de estímulo aos investimentos. Tudo isso depende das reformas”, afirmou.

(Nota publicada na edição 1234 da Revista Dinheiro)