O mercado de títulos verdes está em alta no mundo e no Brasil. A prova mais recente veio do Japão. Segundo a Forbes, o país acaba de anunciar que comprará papéis rotulados como parte de um esforço entre os bancos centrais asiáticos para promover o mercado de títulos da região. No Brasil, os títulos verdes somaram US$ 9 bilhões emitidos desde a primeira captação em 2015 até fevereiro de 2021.

O volume corresponde a 84% do mercado de dívida sustentável brasileira. Em seguida, estão os títulos sustentáveis, com US$ 1,6 bilhão (15% do volume total), e os títulos sociais com US$ 111 milhões (1% do mercado). Os papéis de transição, aqueles vinculados ao Acordo de Paris, ainda têm representação irrisória, mas devem crescer nos próximos anos com o aumento da pressão pelo cumprimento das metas estabelecidas rumo à economia de baixo carbono. Os dados são da Climate Bonds Initiative (CBI), que estimou um potencial de investimento de US$ 163 bilhões nestes papéis até 2030.

Cada vez mais reconhecidos como fonte alternativa de financiamento, os títulos, sobretudo os relacionados com o meio ambiente, têm grande potencial de expansão no agronegócio. Desde 2015, empresas do segmento emitiram US$ 4,4 bilhões em títulos verdes. Se considerarmos o rótulo sustentável, esse valor aumenta para US$ 5,1 bilhões. Destaque para financiamento de energias sustentáveis e uso da terra, que são as categorias mais financiadas, com 45% e 27%, respectivamente.

Entre as vantagens da escolha de uma dívida verde, além de condições que podem ser atrativas em prazo e taxas, a empresa sinaliza automaticamente ao mercado o engajamento a uma das causas mais urgentes do universo financeiro: a mitigação de riscos atrelados aos impactos negativos do negócio na sociedade e no planeta.

(Nota publicada na edição 1231 da Revista Dinheiro)