As ruas de Montevidéu ficaram desertas nesta terça-feira (25) por uma greve geral convocada pela central sindical PIT-CNT para protestar contra a saída da Petrobras, uma decisão da OIT sobre negociações salariais no país e demandando mais empregos.

Neste dia de greve o transporte público é mínimo, muitas lojas permanecem fechadas e as ruas estão vazias, em meio a uma forte tempestade de vento. Metade dos 3,4 milhões de habitantes do país vivem na capital.

A principal central sindical uruguaia convocou a paralisação em um período de mercado de trabalho fraco no Uruguai (o desemprego permanece entre 8% e 10%, dependendo do mês), com a economia estagnada após quase 16 anos de crescimento e cinco dias das eleições internas dos partidos políticos, que definirão no domingo os candidatos às presidenciais de outubro.

Este é “´o último frame de um longo filme que começou com assembleias no local de trabalho explicando as razões da greve e que hoje termina com a adesão à medida” e “uma greve significativa (…) em todos os níveis”, afirmou o presidente do PIT-CNT, Fernando Pereira, em declarações ao jornal El País.

A convocação “em defesa do emprego”, das “condições de trabalho” e da “negociação coletiva” também ocorre em um contexto difícil para o movimento sindical, que enfrenta um conflito que parece não ter saída com a Petrobras.

A estatal brasileira anunciou sua saída do Uruguai e vai se desfazer de sua rede de postos de gasolina no país e do serviço de distribuição de gás por meio de gasodutos.

A empresa demitiu funcionários de seu setor de gás em meio a uma greve de fome de trabalhadores que exigem a remoção do serviço de distribuição de gás natural da empresa desde 2004.

O conflito se aprofundou com o passar dos dias, e os trabalhadores pedem o envolvimento do governo de Tabaré Vázquez em uma solução.

A greve de terça também é um protesto contra uma denúncia das câmaras empresariais diante da OIT, devido à inclusão do Uruguai em uma lista de 24 países questionados por seu sistema de negociação salarial coletiva.

No Uruguai, existe a “negociação coletiva” de empresárias e trabalhadores com mediação do governo para estabelecer ajustes salariais periódicos.