Uma vacina brasileira contra a covid-19 está em fase de desenvolvimento e não é aquela que o presidente Jair Bolsonaro disse estar sob os cuidados do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. O imunizante é produzido por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com 100% de insumos nacionais.

No momento, os testes ainda não chegaram aos humanos e apenas camundongos estão recebendo as doses na fase pré-clínica. A técnica utilizada na produção é diferente da utilizada na vacina de Oxford ou a Sputnik V, por exemplo, já que elas utilizam um vírus modificado geneticamente para induzir o corpo a combater o coronavírus.

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Os pesquisadores da UFPR utilizam um componente chamado polidroxibutirato (PHB), um polímero produzido por bactérias. O grupo utiliza a proteína spike da covid-19, responsável por interligar o coronavírus e as células dos humanos, e cobre o PHB com ela.

Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o pesquisador Marcelo Müller dos Santos explicou que a produção do polímero é simples, já que a indústria brasileira produz a molécula e não existe o risco de ela entrar em escassez, uma vez que a demanda não é alta.

A tendência é que a vacina brasileira seja muito mais barata do que qualquer outra importada de laboratórios estrangeiros.

Além disso, os pesquisadores garantem que os experimentos iniciais nos camundongos apresentaram volume de anticorpos maior do que os gerados pela vacina de Oxford.

Para sair da etapa de neutralização, em que está agora, a UFPR está buscando parcerias com outras instituições, uma vez que a classificação de biossegurança da universidade federal não permite a manipulação do coronavírus.