A United Airlines forçou as turbinas até onde pôde. Mas não conseguiu se livrar das nuvens negras que vêm acompanhando a aviação mundial desde 11 de setembro. Enfiada numa dívida de US$ 8 bilhões, com US$ 1 bilhão vencendo nesta semana, a empresa foi obrigada a pedir concordata. Uma concordata ao melhor estilo americano, que permite à companhia operar normalmente e se proteger de execuções judiciais enquanto
prepara a reorganização financeira. É o famoso chapter 11
da lei de falências dos EUA. A empresa conseguiu ainda um auxílio de
US$ 1,5 bilhão, do BankOne, J.P. Morgan e Citibank. ?Em 18 meses, a empresa sairá desta situação?, diz Laurence Hughes, diretor-geral da United no Brasil.

 

Ainda assim o dinheiro não será suficiente para evitar um processo de corte de custos que inclui diminuição da malha, cancelamento de operações em alguns países (Chile e Venezuela já estão fora do mapa da United), redução salarial e até possíveis devoluções de aeronaves. O que há, de imediato, é um esforço para convencer os sindicatos americanos da necessidade de reduzir o salário dos funcionários. Aqueles que não são sindicalizados já sofreram um corte de 8% a 10% no contra-cheque. A parte mais difícil agora é negociar com a entidade de classe. ?O que facilita é que parte da United pertence a um fundo dos funcionários. Eles têm interesse direto na recuperação?, comenta o executivo. A preocupação com a folha de pagamentos não é à toa. Representa 35% das despesas da companhia. No Brasil, Hughes garante que nada muda. ?Nenhum vôo será suspenso?. São quatro freqüências, saindo de São Paulo com destino a Miami, Chicago e Washington e do Rio para Miami.