A multinacional anglo-holandesa de alimentos e cosméticos Unilever anunciou nesta sexta-feira que está suspendendo sua publicidade nos Estados Unidos pelas plataformas Facebook, Twitter e Instagram até o final do ano, pelo menos, devido a um “período eleitoral polarizado”.

“As marcas têm a obrigação de construir um ecossistema digital confiável e seguro. É por isso que nossas marcas não anunciarão no Facebook, no Instagram e no Twitter”, informou a empresa.

“Muito mais pode ser feito, especialmente em face da divisão e do discurso de ódio presente neste período eleitoral muito polarizado nos Estados Unidos”, explicou uma porta-voz da Unilever.

“Continuar com nossa publicidade nessas plataformas neste momento não contribuiria com nada para as pessoas ou a sociedade”, afirmou a porta-voz à AFP.

A gigante das telecomunicações americana Verizon anunciou na quinta-feira que “pausaria” a publicidade no Facebook.

A rede social vem sendo criticada por grupos que se definem como antirracistas e que consideram que o Facebook não faz o suficiente para combater o discurso de ódio.

A Liga Antidifamação lançou neste sentido uma campanha chamada “Pare o ódio que dá lucro”, em um contexto de mobilização política e polêmicas, tanto pela morte do afro-americano George Floyd quanto pela campanha eleitoral.

A Unilever anunciou na última quinta que suas subsidiárias na Índia e Bangladesh vão mudar o nome de um creme especial para clareamento da pele, “Fair & Lovely”, após o surgimento de uma campanha que o considera racista.

Por sua vez, o Facebook é acusado de divulgar as mensagens do presidente Donald Trump, motivo de raiva para as empresas e organizações de esquerda nos EUA.

Anulamente, o Facebook movimenta cerca de US$ 70 bilhões em publicidade, e a campanha “Stop Hate That Gain Profits” (“Um basta ao ódio que dá lucro”) levou empresas do setor esportivo, como Patagonia, North Face e REI, a também se retirarem da plataforma.