Não há tratamento precoce contra a covid-19. Essa tem sido a máxima defendida por médicos e cientistas no mundo inteiro. Aqui no Brasil, o ‘kit covid’ – tratamento sem eficácia comprovada, com uso de azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina – tem sido defendido por algumas pessoas. Só que agora estudo mostra que, além de não combater a covid, as medicações podem trazer ainda mais problemas de saúde.

Segundo o Uol, o Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) identificou um caso de hepatite medicamentosa relacionada ao uso do “kit covid”.

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Morador de Indaiatuba, o paciente tem cerca de 50 anos e não possui histórico de outras doenças. Os sintomas de pele e olhos amarelados surgiram uns três meses depois de ele se curar da covid. Além de ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina, ele confirmou que usou também zinco e vitamina D.

Ilka Boin, professora e médica da unidade de transplante hepático do HC, explicou, segundo o Uol, que o paciente chegou com uma síndrome de doença hepática pós-covid, mas que não se enquadrava muito bem na síndrome. “Tinha alterações específicas e analisamos a biópsia. Era, na verdade, uma hepatite medicamentosa que causou a destruição dos dutos biliares, e o paciente tinha usado somente, nos últimos quatro meses, remédios do ‘kit covid'”, relatou ela em entrevista à EPTV.

O paciente teve lesões graves e terá que fazer transplante de fígado e quase foi operado com emergência. Duas pessoas com quadros clínicos semelhantes morreram antes dos estudos clínicos serem concluídos ou do transplante de fígado ser efetuado.