O ano já começou com uma enorme banana para o governo Bolsonaro descascar. Uma banana que pode custar nada menos do que R$ 1,4 trilhão à União. Esse é o valor que o governo federal terá de desembolsar, nos próximos 10 anos, caso o Congresso aprove um pacote de propostas que beneficiam estados e municípios. O impacto foi calculado pelo Tesouro Nacional, num relatório sobre riscos fiscais da União. Uma das iniciativas analisadas é o Projeto de Lei Complementar 511/2018, que reinstitui os repasses aos estados em decorrência da Lei Kandir, que, há pouco mais de 20 anos, isentou a exportação de alguns produtos da cobrança do ICMS. Há, ainda, três Projetos de Emendas à Constituição (PECs) que determinam o aumento de repasses da União a fundos usados por estados e municípios. Uma dessas PECs pretende quadruplicar a complementação da União ao Fundeb, o fundo da educação, que saltaria de 10% do valor do fundo para 40%. Se aprovadas, as três PECs juntas representarão um prejuízo de mais de R$ 450 bilhões ao governo federal, que vai fazer de tudo para derrubar todas as propostas. Os parlamentares, por sua vez, não querem abrir mão de R$ 1,4 trilhão. A briga promete ser dura.

Números

R$ 168,2 bilhões

Foi o faturamento bruto que os shoppings do Brasil tiveram em 2019, representando alta de 7,5% em relação a 2018. O valor ficou 50% acima do esperado pelo mercado, que era de uma expansão de 5% sobre 2018.

US$ 30,7 bilhões

Foi o montante injetado por investidores de todo o mundo, em ações e títulos de mercados emergentes, apenas no mês de dezembro. O número indica alta de mais de 5% em relação a novembro.

US$ 44,7 bilhões

Foi o total da moeda americana que saiu do Brasil no ano passado. Esse é o maior valor registrado nos últimos 38 anos. Os números foram divulgados na quarta-feira 8, pelo Banco Central.

NEGÓCIO
Nubank faz primeira aquisição de sua história

Divulgação

Cada vez mais consolidado como o maior banco digital independente do mundo, o Nubank anunciou, na segunda-feira 6, a primeira aquisição de sua história. A empresa divulgou que fechou acordo para contratar a equipe de projetos da consultoria Plataformatec, formada por times de engenharia de software e especialistas em metodologias ágeis. Segundo o Nubank, o negócio foi fechado de forma natural, graças ao relacionamento entre as duas companhias, tanto que alguns funcionários da Plataformatec passaram os últimos meses atuando como consultores do Nubank.

Atualmente com cerca de 20 milhões de clientes, a fintech brasileira cresce a ritmo impressionante. Em média, são 50 mil novos clientes por dia. Com a aquisição, o Nubank pretende fortalecer a sustentabilidade do seu negócio e melhorar seus produtos. No ano passado, a companhia deu os primeiros passos para a expansão internacional, abrindo escritórios na Argentina e no México. Até hoje, o Nubank já captou mais de US$ 800 milhões em sete rodadas de investimentos. “Temos uma expectativa muito positiva para 2020. E esses profissionais vão nos ajudar a manter o ritmo de expansão”, disse Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.

AVIAÇÃO
Spirit Airlines fecha pedido de 100 aviões da Airbus

Divulgação

A americana Spirit Airlines acaba de fechar um acordo com a europeia Airbus para a aquisição de 100 aeronaves da família A320neo. Há cerca de três meses, as duas empresas já haviam assinado e anunciado um termo de intenções para o negócio, que compõe um mix dos modelos A319neo, A320neo e A321neo. A ideia da Spirit é suprir futuras necessidades em termos de frota. A família A320neo tem a cabine de passageiros de corredor único mais larga do mundo e é campeã global de vendas.

Segundo a companhia, as novas aeronaves trarão uma redução de até 20% na queima de combustível e causarão 50% menos ruído em relação a modelos da geração anterior. Tudo isso devido a novas tecnologias, incluindo motores de última geração e sharklets (dispositivos aerodinâmicos de ponta de asa). Com sede na Flórida, a Spirit Airines é a companhia aérea que mais cresce nos Estados Unidos, com voos por toda América Latina e Caribe.

PESQUISA
Empresas do Brasil pretendem comprar outras companhias em 2020

Cerca de 41% das companhias brasileiras afirmam ter como principal estratégia para 2020 adquirir outras empresas, desde que o cenário econômico no País siga melhorando. É o que mostra o levantamento Agenda 2020, realizado pela Deloitte, pelo quarto ano consecutivo. O relatório ouviu altos executivos de quase 1,4 mil empresas. Juntas, essas companhias faturaram, em 2019, R$ 3,5 trilhões, o equivalente a 50% do PIB nacional. Expressivos 70% dos entrevistados disseram esperar que 2020 seja um ano positivo para os negócios no País, mas destacaram que a criação de um ambiente mais favorável ao crescimento  depende do aumento de investimentos estratégicos por parte das empresas e do Governo. Os executivos entrevistados pelo estudo também apontaram como estratégias importantes para este ano a aquisição de outras marcas, licitações ou privatizações e concessões públicas. Confira abaixo:

CONSUMO
Vendas de veículos novos têm melhor resultado desde 2014

Divulgação

Na terça-feira 7, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os dados referentes a 2019. Os números foram animadores. O relatório mostrou que, no ano passado, as vendas de veículos no Brasil cresceram 8,6% em relação a 2018, alcançando quase 2,8 milhões de unidades. Segundo o estudo, a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus registrou alta de 2,3%, ficando acima de 2,9 milhões de unidades. Apenas no mês de dezembro, os licenciamentos de veículos tiveram alta de 8,4% em relação a novembro, indo para quase 263 mil unidades. Por outro lado, a produção sofreu forte queda de 25%, na mesma base de comparação, caindo para 170 mil unidades. Outro expressivo tombo foi observado nas exportações, que recuaram quase 32% no ano passado (para 428 mil unidades).

COMMODITIES
Conflito no Oriente Médio pode levar ouro à máxima histórica

Divulgação

O forte clima de tensão que surgiu no Oriente Médio, devido à troca de ataques entre Estados Unidos e Irã, deve ter ao menos um grande vencedor: o ouro. Os efeitos da atual crise entre os dois países sobre o metal já estão sendo sentidos. Na manhã da quarta-feira 8, o preço do ouro chegou a US$ 1.612,95 por onça (cerca de 28 gramas), quase 3% acima do valor de fechamento do dia anterior, quando já havia registrado forte alta. O fato é que o metal já chegou à sua maior cotação desde março de 2012.
E todos os analistas acreditam que o cenário deve seguir positivo. Afinal, diante da grande possibilidade de o conflito no Oriente Médio gerar mais problemas econômicos, os investidores costumam correr para o ouro, em busca de segurança. Com isso, a expectativa dos especialistas é de que o metal supere os US$ 1.920,80 que alcançou em 2011, seu maior valor já registrado.