Grécia, Hungria e Letônia começarão a testar na próxima semana um sistema de automação para controle de fronteiras. O sistema, chamado de iBorderCtrl, é um projeto piloto que durante seis meses será testado nas fronteiras do três países. Mas a grande novidade é que o sistema virá com a funcionalidade de detector de mentiras através da detecção de expressões faciais.

O agente de fronteira virtual irá fazer perguntas como “o que está em sua mala” e “se você abrir sua mala e me mostrar o que tem dentro, irá confirmar que sua resposta foi verdadeira?”. O sistema funciona ao analisar 38 micro-expressões faciais, criando uma pontuação para os resultados. O programa será customizado de acordo com gênero, etnia e língua falado do viajante.

Caso alguém não passe no teste inicial, o agente virtual fará perguntas mais duras e depois será levado para ser questionado por um agente de carne e osso. Por estar em fase inicial, o programa piloto não irá impedir ninguém de cruzar a fronteira.

Por enquanto o sistema ainda está em suas fases iniciais segundo a European Dynamics, que está liderando a iniciativa. Testado em apenas 30 pessoas, o iBorderCtrl teve uma taxa de acerto de 76%. A questão é que o teste foi feito com 15 pessoas que falavam a verdade e 15 que mentiam, não levando em conta as diferentes micro-expressões de quem é coagido a mentir e de quem mente por necessidade. Membros da equipe já afirmaram que a taxa de acerto pode subir para 85%, uma porcentagem que ainda seria problemática em vista dos 700 milhões de viajantes que passam pela Europa todo ano.

Apesar do viés altamente futurista, o sistema tem custo baixo para a União Européia – pouco mais de US$ 5 milhões. No momento, é crucial que o sistema consiga trazer o máximo de informação possível para criar um banco de dados, uma vez que seu aprimoramento é feito através de machine learning. Mas detecção facial já se mostrou uma tecnologia difícil de lidar, fazendo com que a implementação do iBorderCtrl ainda traga questões sobre sua eficiência.