Todos os ingredientes positivos da economia brasileira em 2020, entre eles o auxílio emergencial e o aumento do crédito, deverão estar ausentes em 2021, comprometendo todo o setor produtivo. Esse é o cenário que o executivo Ciro Marino, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), pinta para o País nos próximos meses.

Depois de um crescimento de 11% na demanda por insumos químicos em 2020, ele projeta expansão de apenas 2%, na melhor das hipóteses. “A situação pode se deteriorar muito se novas medidas não forem lançadas”, afirmou Marino.

“Se o governo tratasse a indústria química como trata o agronegócio, a gente iria explodir de crescimento nos próximos anos”, disse, ao destacar que o País poderia subir da sexta colocação no ranking global para a quarta posição. “Nosso potencial é imenso, mas ficamos para trás por causa da questão tributária, do custo do gás e da falta de visão estratégica sobre a importância do nosso setor”, afirmou. A indústria química nacional faturou no ano passado algo próximo a US$ 110 bilhões.

(Nota publicada na edição 1206 da Revista Dinheiro)