O golpe de Estado desta segunda-feira (25) anunciado pelos militares no Sudão é apenas o mais recente de uma longa série na África na última década, conforme relação abaixo:

2012

– MALI: em 22 de março, os militares derrubaram o regime de Amadou Toumani Touré. Chefiado pelo capitão Amadou Haya Sanogo, um “Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado” dissolveu as instituições.

– GUINÉ BISSAU: em 12 de abril, um golpe de Estado militar interrompe o processo eleitoral duas semanas antes do segundo turno da eleição presidencial. Liderados pelo general Antonio Indjai, os golpistas derrubaram o presidente Pereira e o primeiro-ministro Gomes Júnior.

2013

– EGITO: em 3 de julho, após multitudinárias manifestações pela saída de Mohamed Morsi, eleito em 2012, o Exército destituiu e prendeu o então presidente.

2015

– BURKINA FASO: em 17 de setembro, menos de um ano depois da queda de Blaise Compaoré, expulso do poder por um levante popular, o presidente Michel Kafando foi derrubado por um golpe liderado por uma unidade de elite do Exército. Recuperou suas funções uma semana mais tarde, após um acordo entre soldados leais ao governo e os golpistas.

2017

– ZIMBÁBUE: em 21 de novembro, o presidente Robert Mugabe, o líder mais velho do planeta com 93 anos, renunciou, pressionado pelo Exército, por seu partido e pela população, após uma semana de crise.

2019

– SUDÃO: em 11 de abril, Omar al Bashir, no poder por 30 anos, foi destituído pelo Exército após quatro meses de protestos populares. Um conselho de transição foi criado, e um primeiro-ministro civil, instalado.

2020

– MALI: em 18 de agosto, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto, após vários meses de crise política. O golpe militar deu lugar a sanções internacionais. Estas medidas foram suspensas após a formação, em 5 de outubro, de um governo de transição por um período de 18 meses para devolver o poder aos civis.

2021

– CHADE: em 20 de abril, no dia seguinte à morte do presidente Idriss Déby Itno, um conselho militar de transição presidido pelo filho do falecido presidente Mahamat Idriss Déby, até então chefe da poderosa Guarda Presidencial, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional. Promete novas instituições, após eleições “livres e democráticas” a serem realizadas em um ano e meio.

Recentemente, o general Déby não descartou a possibilidade de estender a transição de 18 meses, caso “certas condições” não sejam cumpridas.

– MALI: em 24 de maio, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro, após a nomeação de um novo governo de transição que não era de seu agrado. O coronel Assimi Goita foi empossado em junho como presidente de transição.

Inicialmente, os coronéis garantiram que devolveriam o poder aos civis no início de 2022. Agora, porém, manifestam sua vontade de adiar as eleições previstas para 27 de fevereiro. A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) exige que o calendário seja respeitado, enquanto a ONU se preocupa com o atraso das eleições.

– GUINÉ: em 5 de setembro, o presidente Alpha Condé foi derrubado por um golpe militar. Liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, os golpistas prometem uma “consulta” nacional, visando a uma transição política para um “governo de unidade nacional”.