O emirado árabe do Catar é tão pequeno que é difícil até de encontrá-lo no mapa. Encravado no Golfo Pérsico, entre o Bahrein e a Arábia Saudita, esse país um pouco maior que a área metropolitana de São Paulo, tem menos de 1 milhão de habitantes e muito, muito petróleo e gás.

Dono do segundo maior PIB per capita do mundo – US$ 121 mil anuais –, o Catar quer agora entrar em definitivo no mapa mundial. O país é um dos 11 concorrentes para sediar a Copa do Mundo de 2022. Recheado de dinheiro e com problemas sociais e econômicos quase inexistentes, o país que atrai uma leva cada vez maior de jogadores brasileiros apresentou uma das propostas mais ousadas para ter o direito de receber o Mundial de futebol.
 

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Mil e uma noites: a Copa do Catar seria a mais suntuosa de todos os tempos e tem o apoio de vários ex-jogadores

Com temperaturas que no verão ultrapassam com facilidade os 45 graus, o país prometeu à Fifa construir estádios com um sistema de refrigeração inovador, sem poluir o ambiente. Por meio de painéis solares na cobertura das arenas, o Catar promete gerar eletricidade suficiente para refrigerar não só as salas vip dos estádios, mas todos os assentos e mesmo os jogadores. De acordo com a proposta do país à Fifa, a temperatura nunca excederá os 27 graus, mesmo nos dias mais quentes, em qualquer lugar dos estádios.

Outra novidade prometida pelo país é construir um sistema de metrô interligando as 12 arenas prometidas. De acordo com o país, todos os estádios ficarão a menos de uma hora de distância pelo moderno sistema de transporte que promete ser implantado. O Catar promete também ter 110 mil vagas de hotéis prontos até 2022, além de construir um novo aeroporto internacional.

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Até o momento, o Catar já apresentou o projeto de cinco estádios que serão construídos ou ampliados se o país se tornar a sede da Copa, como quer. Cada um deles terá capacidade média de 45 mil lugares e contará com um design avançado e original.

O país não declarou quanto pretende investir nas obras de infraestrutura para o evento, mas, levando-se em conta os cerca de US$ 5 bilhões que o governo sul-africano teve que desembolsar para um projeto bem mais modesto, os custos devem ser altos.

O país também está investindo pesado em sua candidatura. Contratou grandes astros do futebol mundial para serem embaixadores do Catar na disputa, que ocorre no final do ano, quando a Fifa escolherá os países-sedes das Copas de 2018 e de 2022. Estão fazendo campanha para o emirado árabe o lendário treinador do Barcelona Joseph Guardiola, o argentino Gabriel Batistuta, o ex-jogador camaronês Roger Milla e o técnico sérvio Bora Milutinovic. “O projeto é inovador. Espero que eles vençam. Seria uma Copa completamente diferente de todas as outras”, disse Milutinovic à ISTOÉ.

O Catar vai disputar o direito de sediar a Copa com outros dez países. Quase todos eles – com exceção da Coreia do Sul – são candidatos tanto para o Mundial de 2018 quanto ao de 2022. Os outros concorrentes são: Japão, México, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Espanha, Portugal, Bélgica e Holanda. Mas nenhum tem tanto dinheiro para queimar como o pequeno país árabe.