A cidade inglesa de Coventry ficou famosa por ter dado ao mundo Lady Godiva e a fábrica da Jaguar. Hoje, nas mesmas instalações que na década de 1950 abrigaram a montagem do lendário modelo C-Type, estão sendo produzidas as sete unidades do novo Ecurie Ecosse LM-C.

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A reedição marca os 70 anos da equipe escocesa de corridas fundada pelo piloto David Murray e pelo mecânico Wilkie Wilkinson, além de homenagear o bólido com o qual a escuderia venceu a tradicional prova 24 Horas de Le Mans por duas vezes consecutivas, em 1956 e 1957.

A equipe, sediada em Edimburgo, competiu com o apoio da Jaguar logo em seus primeiros dias, com unidades do C-Type produzidas especialmente para as pistas. Inovador para a época, o modelo é até hoje considerado uma obra-prima tecnológica, com formas otimizadas no túnel de vento e tanque flexível derivado da aviação. A partir de 1952, o C-Type foi pioneiro na adoção da tecnologia de freio a disco no automobilismo, com sistema revolucionário desenvolvido pela Jaguar e pela Dunlop.

Conduzido pelo piloto Ian Stewart (1929-2017), o modelo marcou o início de uma carreira notável para a Ecurie Ecosse.

Fiel à forma genuína, a releitura de 2021 mantém ao máximo as características do modelo original, com alguns aperfeiçoamentos. A carroceria ainda é fabricada manualmente em liga de alumínio e encaixada em um chassi de estrutura de aço, apenas um pouco mais largo e bem mais rígido que o original. O motor Jaguar de seis cilindros em linha permanece, mas em vez dos três litros de capacidade originais, passou a ter 4,2 litros, com injeção direta de combustível que entrega mais de 300 cavalos de potência.

A transmissão é manual, de cinco marchas. Para manter o carro sob controle na velocidade máxima de 240 km/h, o LM-C teve suspensão e frenagem aprimoradas.

R$ 3,2 MILHÕES Por fora, o corpo de alumínio moldado à mão recebe a emblemática pintura azul que consagrou a equipe de corridas. E nas laterais, nada de adesivos: os escudos são pintados artesanalmente. No interior, o assento é revestido com couro azul. O volante possui aro de madeira, bem ao gosto britânico. As séries de continuação de clássicos nunca estiveram tão em voga como agora.

Marcas históricas como Allard, BRM e Vanwall anunciaram recentemente a reedição de alguns de seus modelos. A própria Jaguar vem lançando, por meio da divisão Jaguar Classic, séries especiais como as dos modelos D-Type, Lightweight E-Type e XKSS.

Os sete C-Types da Ecurie Ecosse estão em garagens de proprietários particulares, de onde saem ocasionalmente para eventos. Cada unidade da reedição deste ano corresponde a um carro-irmão original e vai custar 430 mil libras (R$ 3,2 milhões, pela cotação atual). A primeira já está montada e disponível para test drive em uma concessionária na cidade de Henley-on-Thames, na Inglaterra.