Pouca gente sabe, mas a expressão popular “a união faz a força” tem origem no texto bíblico que diz “é fácil quebrar uma vara, mas é difícil quebrar um feixe de varas”. As cooperativas do agronegócio brasileiro são a pura concretização da metáfora. Juntas, as 1.613 entidades ativas no País respondem por quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola. De tudo o que é produzido no campo, 48% passam por uma dessas empresas de caráter associativo em algum momento da produção até chegar ao destino final. Os dados são do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números que demonstram o gigantismo desse setor não param por aí. Eles também se referem a pessoas. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), mais de 1 milhão de associados fazem parte desse sistema, que gera cerca de 210 mil empregos diretos. Nesse contexto, a paranaense Coamo Agroindustrial se destaca como a maior cooperativa agrícola da América Latina. E, pelo segundo ano consecutivo, é a campeã do setor, de acordo com o anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020.

Ter vencido no ano passado e agora, em 2020, comprova a alta eficiência da gestão da cooperativa criada em 1970. A Coamo nasceu como fruto da união de 79 agricultores associados que subscreveram sua ata de fundação, com capital social de 37.540 cruzeiros, a moeda corrente da época. Hoje, possui 29.174 associados que estão distribuídos em 71 municípios dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Para este ano, projeta faturamento de R$ 17,8 bilhões. A meta, se realizada, representará crescimento de 33% em comparação a 2019, ano no qual faturou R$ 13,4 bilhões.

Em crescimento consistente com a expansão do agronegócio brasileiro, a cooperativa contabilizou a movimentação de 8,1 milhões de toneladas de soja, milho, trigo, aveia e café de janeiro a agosto. Até o fim do ano, a marca de 9 milhões de toneladas deve ser superada com tranquilidade. O ano poderia ser ainda melhor, se não fossem os impactos da pandemia da Covid-19, que, mesmo sem causar grandes estragos no agronegócio brasileiro, prejudicou algumas culturas – como a do café, que registrou ligeira retração nas vendas com o fechamento do segmento Horeca (hotéis, restaurantes e cafeterias), além de ter a velocidade da colheita reduzida, devido à diminuição do número de trabalhadores no campo.

José Aroldo Gallassini empresa: coamo agroindustrial cooperativa cargo: presidente do conselho administrativo principal realização da gestão: fidelizar os associados, implementar novas áreas de atuação e ampliar a capacidade de exportação, que deverá chegar a 5 bilhões de toneladas em 2020.

Para José Aroldo Gallassini, presidente do conselho administrativo da Coamo, o segredo para que a cooperativa continue a prosperar é a fidelidade dos associados. “O quadro vem crescendo, conforme vamos implementando novas áreas de atuação. Temos como objetivo ampliar constantemente o volume de recebimento da produção e o fornecimento de insumos”, afirmou Gallassini. Em 2019, a Coamo recebeu 3,1% da produção nacional de grãos e exportou mais de 4,8 milhões de toneladas, que representam quase US$ 1,5 bilhão. Para 2020, a previsão é de que os embarques ao exterior ultrapassem as 5 milhões de toneladas, em mercadorias no valor de US$ 1,65 bilhão.

“Promovemos condições para vencer a batalha da Covid-19. A agricultura não para e não pode parar” José Aroldo Gallassini, presidente do conselho administrativo da Coamo.

Para possibilitar o crescimento da receita total da cooperativa, projetos de expansão estão na agenda. Entre eles investimentos em novas unidades de recebimento para a ampliação da capacidade de exportação. “Ainda este ano devemos aumentar o recebimento da produção em 20%, a capacidade de esmagamento de soja em 70% e o faturamento em mais de 30%”, disse o presidente. A meta é inaugurar mais quatro unidades, além das atuais 119. Dentro do planejamento da cooperativa, a primeira inauguração deve acontecer este mês e será para o recebimento de grãos na cidade de Dourados (MS). Em seguida, um novo terminal próprio de exportação em Paranaguá (PR) deverá entrar em operação no segundo semestre de 2021. Outras duas unidades estão em fase de estudo para implantação: uma para a indústria de ração e outra para etanol de milho.

Mesmo com a pandemia da Covid-19 ainda assombrando o mundo, a cooperativa manteve o ritmo e adotou medidas para que os impactos fossem amenizados entre seus mais de 10 mil colaboradores, entre diretos e indiretos. Redução de tempo de horas trabalhadas sem comprometer salários, sistema de rodízio nas unidades, regime de quarentena para grupos de risco e iniciativas para evitar aglomeração e circulação de pessoas, além da higienização pessoal, foram essenciais para que a rotina prevalecesse. “Promovemos condições para vencer essa dura batalha. A agricultura não para e não pode parar”, disse Gallassini.

Os resultados que estão por vir comprovam a efetividade da precaução e do comprometimento de todos. “Comemoramos 50 anos em 2020 celebrando a maior produção da Coamo, com faturamento recorde, graças à variação cambial e ao aumento das exportações”, afirmou o presidente do conselho. Ainda contribuíram para o desempenho da Coamo a safra recorde do campo, a alta do preço de algumas commodities e, sobretudo, a resiliência dos cooperados brasileiros.

As melhores

1. COAMO 434,35 PONTOS

2. COCAMAR 395,93 PONTOS

3. COOPAVEL 327,98 PONTOS