Todos os anos, organismos internacionais divulgam o Mapa da Fome com um retrato da gravidade da falta de alimento para a população de diversos países. O último retrato já não era nada aceitável. Segundo dados das ONGs Ação Agrária Alemã e Concern Worldwide (autoras do mapa a seguir), durante os primeiros dois anos da pandemia mais de 800 milhões de pessoas passaram fome no mundo.

Já segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), somente em 2020 a quantidade de pessoas sem nutrição adequada cresceu em 320 milhões, chegando a 2,4 bilhões, ou quase um terço da população mundial. Para 2022, os números não estão fechados, mas o agravamento no cenário devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia é tão certa que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Programa Alimentar Mundial da ONU se uniram para pedir que países evitem proibir embarques de fertilizantes e de commodities agrícolas.

O objetivo é reduzir o risco do agravamento da insegurança alimentar no planeta. O Brasil tem muito a oferecer neste cenário, resta torcer para que neste jogo diplomático o argumento usado seja a capacidade do agro de produzir com sustentabilidade e não mais uma desculpa para o desmatamento irresponsável.

(Nota publicada na edição 1270 da Revista Dinheiro)