Giorgio Armani está mais na moda do que nunca. Mas desta vez não são os consumidores endinheirados que estão de olho em suas criações. O estilista italiano está sob os holofotes de um universo diferente daquele das passarelas: o das grandes corporações que dominam o setor. Duas delas, a LVMH, detentora de marcas como Louis Vuitton e Christian Dior, e a PPR, dona da grife Gucci, querem costurar um acordo para a compra dos negócios do estilista. Armani é dono de um pequeno império, que inclui 249 lojas, entre próprias e franqueadas, seis marcas e uma operação em 33 países que rendeu a ele no ano passado um faturamento de US$ 216 milhões. É o único que escapou do assédio dos conglomerados da moda.

Na semana passada, num movimento que surpreendeu o mercado, Giorgio Armani anunciou uma joint venture com Ermenegildo Zegna para produzir e distribuir a linha masculina Armani Collezioni. Foi um sinal de abertura, que Bernard Arnault, da LVMH, e François Pinault, da PPR, pretendem aproveitar. Na quinta-feira, 27, assessores de Arnault disseram à DINHEIRO que ainda é cedo para dar como certo o acordo com Armani. O que se espera é que o dono da LVMH aproveite a oportunidade para tentar dar o troco em Pinault. Recentemente, ele perdeu a disputa pela marca Boucheron para a Gucci, pertencente a PPR. A guerra de tesouras entre os franceses está só começando. Dinheiro, neste caso, não será problema. Arnault é o segundo homem mais rico da França. Além da fortuna de US$ 12,6 bilhões, o empresário é conhecido no mundo dos negócios por ter sido o precursor das fusões no segmento de bens de luxo.