A depender das projeções de quem atua na indústria brasileira, 2021 será um ano de crescimento. Essa é a conclusão de uma pesquisa apresentada durante o 12º Encontro Nacional da Indústria (Enai), realizado nos dias 17 e 18 de novembro de forma virtual. O levantamento, inédito, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Instituto FSB Pesquisa, teve o objetivo de mapear o impacto da crise sanitária na economia e revelar as estratégias adotadas para superar a crise, além de medir a confiança dos empresários nos resultados do próximo ano. Foram entrevistados executivos de 509 empresas industriais entre 23 de outubro e 12 de novembro. O resultado é animador: 70% dos negócios industriais já estão operando com o mesmo nível de produção que tinham antes da chegada da pandemia de Covid-19. O estudo mostrou ainda que 69% já estão com faturamento igual ao do período anterior à crise. Para um número ainda maior (73%) o nível de emprego já igual ao registrado na pré-pandemia. Quanto às perspectivas para 2021, 62% das empresas pesquisadas projetaram faturamento maior que o deste ano.

O que justifica o otimismo do setor? As respostas para essa pergunta variam. Mas é possível identificar alguns padrões. Entre as medidas mais importantes adotadas nos últimos seis meses para acelerar o crescimento do negócio, 40% apontaram a busca de novos fornecedores no Brasil. Para 39%, a aquisição de máquinas e equipamentos. Adotar novas técnicas de gestão da produção foi a resposta dada por 30%, enquanto 20% investiram em novos modelos de negócio (a pesquisa permitiu escolher mais de uma resposta, por isso a soma é maior que 100%). Uma das boas surpresas do levantamento foi constatar que quase metade dos entrevistados afirmou estar hoje em situação melhor que antes da pandemia. Para 45%, a produção atual é maior que a de fevereiro e 49% têm um faturamento superior ao registrado no segundo mês do ano. Os que ainda estão com faturamento menor que no período pré-pandemia são 30% do total. Apesar de 87% das empresas terem sido afetadas pelas restrições impostas pela Covid-19, só 27% delas estão hoje com um nível de mão de obra inferior ao pré-pandêmico.

AVANÇO Para 55% dos entrevistados, o próximo ano será de crescimento econômico e apenas 12% acreditam que haverá retração em 2021. Quando perguntados sobre a performance da empresa em que atuam, 62% responderam que o faturamento será maior — e 9% disseram que haverá queda. Com a retomada da produção e do fatura mento, a maioria das empresas (52%) já registra, no mínimo, a mesma lucratividade de fevereiro — 28% com aumento e 24% com a manutenção das suas margens. A hipótese mais concreta para o fato de a margem de lucro ainda ser menor para quase metade das empresas ouvidas é que, mesmo com maior faturamento, as indústrias têm sofrido com a alta das despesas com energia e insumos.

Para o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Abijaodi, “a economia brasileira está em claro processo de recuperação”. Ele entende que “a retração foi grave, mas a atividade econômica vem avançando, ainda que aos poucos. A questão que se põe, neste momento, é como acelerar essa retomada”.

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