Com a corrida presidencial em curso, a busca por um nome capaz de resolver os problemas econômicos do Brasil tornou-se tão importante quanto a escolha do mandatário da nação. Isso porque, desde a chegada pomposa do atual ministro da Economia Paulo Guedes na campanha de Jair Bolsonaro em 2018, o nome da cabeça por trás da política econômica brasileira ganhou o bônus (e o ônus) de ser uma espécie de primeiro-ministro. “Ao unir cinco ministérios e dar nas mãos de apenas uma pessoa, o governo Bolsonaro criou um supercargo”, afirmou Walter Breno Melo, professor de macroeconomia e um dos economistas da equipe de Fernando Henrique Cardoso na criação do Plano Real. “Demitir um ministro é uma coisa, demitir um superministro é outra. É só ver o que acontece no atual governo.”

Bolsonaro (Sem partido)
Em busca da reeleição, o presidente Jair Bolsonaro tenta articular uma solução para a cadeira da Economia que muito possivelmente estará desocupada em um eventual segundo mandato. Assessores do presidente falam que as chances de uma recondução de Paulo Guedes é pequena. Entre os nomes aventados por interlocutores, mas não confirmados pela assessoria do presidente, estão Mansueto Almeida (que também negou a informação) e Pedro Guimarães (presidente da Caixa e muito elogiado por Bolsonaro). Oficialmente, Bolsonaro segue dizendo que Guedes “só sairá do governo quando ele [Bolsonaro] sair”.

Eduardo Leite e João Doria (PSDB)

Os dois principais cotados para disputar as eleições pelo partido ano que vem já começaram a buscar seus aliados. No caso do governador de São Paulo, João Doria, o caminho natural seria a efetivação de Henrique Meirelles, que já teve duas passagens no governo federal. Meirelles é forte defensor de ajustes ficais. O outro tucano no jogo é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Segundo políticos ligados a ele, a aproximação tem sido com Aod Cunha, que faz consultoria para grandes empresas e é um crítico aos privilégios que recebem os super-ricos no Brasil.

Ciro Gomes (PDT)

Pedro Ladeira

Economista de formação e grande orador do tema, Ciro Gomes tem se aproximado de figuras de renome da literatura econômica brasileira. Em sua agenda surgiram encontros que vão de Luiz Carlos Bresser Pereira a Pérsio Arida e André Lara Resende. De Luiz Gonzaga Belluzzo a Paulo Rabello de Castro. Mesmo assim, deverá optar por um nome mais próximo. Nelson Marconi, que coordenou o programa de governo de Ciro em 2018, está no topo da lista. Mauro Benevides Filho, que foi secretário de planejamento do Ceará, também é cotado.

Lula (PT)

Filippo Monteforte / AFP

Dentro do PT a conversa geral é que, caso eleito para um terceiro mandato, Lula faz questão de que seu principal ministro seja de dentro da legenda. Isso porque o ex-presidente quer colocar em prática uma política econômica desenvolvimentista para geração de emprego, revisar as reformas, frear as privatizações e aumentar os programas de transferência de renda. Entre os nomes mais cotados para ser o braço-direito de Lula está o do governador da Bahia, Rui Costa. Há ainda rumores sobre uma tentativa de aproximação de Lula com Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e da Fazenda no governo Dilma Rousseff.