Entrar de vez no ramo de imóveis é a mais nova estratégia da marca Four Seasons. A primeira unidade residencial autônoma da rede será inaugurada em Londres, na Inglaterra, ainda este ano. Por autônoma entenda-se que ela não será integrada a nenhm dois 111 hotéis Four Seasons, a rede criada a partir de um hotel de alto padrão inaugurado em 1960, em Toronto, pelo empresário canadense Isadore Sharp. Desde aquele tempo, o foco dele era em hotéis de porte médio e alto luxo onde os hóspedes se sentissem em casa. Em 2007, o fundador da Microsoft Bill Gates e o príncipe saudita Alwaleed bin Talal adquiriram 90% do Four Seasons (45% cada). A escolha de Londres para a nova era da rede não ocorreu por acaso: “É um destino significativo já que a cidade foi o lar do nosso primeiro hotel na Europa”, diz Paul White, presidente da área residencial da empresa. “Hoje temos um forte reconhecimento de marca na cidade.”

Paul White: presidente da área residencial da rede (Crédito:Divulgação)

O endereço escolhido é a Grosvenor Square, no elegante bairro de Mayfair. Ali se concentram os hotéis mais luxuosos da cidade e é também o local de nascimento da rainha Elizabeth II. “O prédio é uma incrível propriedade histórica, dentro da melhor localização em Londres”, diz Paul White. O edifício serviu de quartel-general americano durante a Segunda Guerra e era, até 2009, sede da Marinha dos Estados Unidos na Europa. “É o local ideal para o empreendimento”, afirma White. A edificação, claro, foi totalmente reformada para acomodar 37 apartamentos residenciais. Os moradores desse condomínio de luxo vão contar com adega, spa com piscina e sauna a vapor, academia, salão de jogos e cinema. E embora não esteja ligado a um hotel, o residencial tem serviço de concierge para atender qualquer solicitação do morador, seja conseguir um personal trainer ou alugar um jato.

SETE MIL CASAS As residências fazem parte do portfólio do Four Seasons desde 1985, quando a primeira unidade foi inaugurada em Boston, nos Estados Unidos. Mas sempre estiveram agregadas a um dos hotéis da rede, ao contrário do Twenty Grosvenor Square. Atualmente, a empresa administra 41 propriedades, contabilizando 3,8 mil unidades em 19 países. Nos próximos cinco anos, o plano do Four Seasons é dobrar esse número com investimentos já definidos de US$ 10 bilhões. Depois de Londres, unidades autônomas devem ser abertas em Los Angeles e São Francisco, na Califórnia e em Marrakesh, no Marrocos.“Nosso portfólio global em breve ultrapassará 7 mil casas, tornando o Four Seasons líder mundial em serviços de gerenciamento de propriedades de luxo”, conta White. Os novos residenciais chegam acompanhados de uma agressiva expansão também na rede de hotéis. Nove unidades devem ser inauguradas ainda em 2019, três deles em destinos inéditos: Grécia, Espanha e Napa Valley, na Califórnia.

Christian Clerc: presidente da operação mundial da companhia de hotéis (Crédito:Rajesh Raghav)

“A Grécia é muito procurada por viajantes de luxo e só esperávamos a oportunidade certa de entrar no país”, diz Christian Clerc, presidente da operação mundial do Four Seasons. O Astir Palace, tradicional hotel na Riviera Ateniense, vai se transformar no Four Seasons ainda este ano. Inaugurado em 1958, o Astir Palace hospedou a atriz francesa Brigitte Bardot, o cantor Frank Sinatra, o ator Sean Conney e os presidentes Richard Nixon e Nelson Mandela, entre muitas outras personalidades. “A propriedade tem uma história rica, uma localização exclusiva na Península de Astir e está a uma curta distância de carro até Atenas”, complementa Clerc.

O novo Four Seasons terá 303 quartos e bangalôs em três praias particulares, três piscinas, um spa e sete restaurantes. Em Madrid prédios históricos do bairro de Canalejas estão sendo restaurados para abrigar um hotel de 200 quartos e 22 residências. E embora a rede já possua oito propriedades na Califórnia, em Napa Valley, o hotel estará inserido dentro de uma vinícola, algo inédito para a rede.
Ainda em 2019, o Four Seasons abre sua segunda unidade em Boston e a quarta no Canadá, em Montreal. Além disso, volta a mercados de onde tinha saído como Filadélfia, nos Estados Unidos, e Bangkok, na Tailândia. “Saímos numa decisão conjunta do grupo por diversos fatores”, diz Clerc. “Mas ambos são mercados importantes para nós e estamos ansiosos para retornar.”