Quando assumiu o comando da Apple, em agosto de 2011, Tim Cook sabia que precisava aumentar o lucro e, ao mesmo tempo, manter a aura da inovação da empresa. No lançamento dos novos iPhones, na terça-feira 12, Cook mostrou que conseguiu cumprir apenas uma dessas tarefas. Os novos aparelhos, que marcam o décimo aniversário do revolucionário smartphone da Apple, trouxeram poucas novidades. Mas isso pouco importa aos fanáticos fãs da companhia fundada por Steve Jobs, morto em 2011.

Um estudo da consultoria americana Strategy Analytics, divulgado no mesmo dia do anúncio dos novos iPhones, mostra que o smartphone da Apple será o primeiro da história a atingir receitas de US$ 1 trilhão desde o seu lançamento – isso mesmo, você não leu errado. O prazo para isso acontecer é no fim de 2018. Até hoje, já foram vendidos 1,2 bilhão de aparelhos, que geraram um faturamento de US$ 760 bilhões, segundo a Strategy Analytics. Para efeito de comparação, o Galaxy, da rival Samsung, lançado em 2010, levou “apenas” US$ 150 bilhões aos cofres da fabricante coreana.

Apesar de não trazer grandes inovações, as previsões de vendas dos novos modelos são bastante otimistas. “Esperamos que os novos celulares ajudem a Apple a bater o recorde de vendas no quarto trimestre do ano”, diz Neil Mawston, analista da Strategy Analytics. A expectativa é que a empresa venda 81 milhões de unidades, acima do recorde de 78 milhões do ano passado. A partir de US$ 999, o iPhone X traz mudanças em seu visual. A tela de OLED mede 5,8 polegadas e é a melhor já produzida pela empresa. Ela elimina o botão físico Home e ocupa quase toda a parte frontal do smartphone (saiba mais no quadro ao lado). Mas nada disso é exatamente uma exclusividade do aparelho da Apple.

Seu principal rival, o Galaxy S8, da Samsung, já tinha recursos semelhantes. “Ficou dentro do que o mercado esperava. Superior ao modelo anterior, mas sem grandes novidades”, diz Ivair Rodrigues, diretor da consultoria IT Data, especializada em tecnologia. Além do iPhone X, a Apple lançou também outros dois celulares, o iPhone 8 e 8 Plus, modelos com melhorias de desempenho em relação ao iPhone 7. Responsável por dois terços da receita de US$ 215 bilhões no ano passado, a linha de smartphones ganha novos integrantes que não querem mudar o mercado. Pode não ter inovado, é verdade. Os cofres da Apple, no entanto, não irão sofrer abalos por conta disso.