No dia 1º de dezembro, domingo último, os 1,5 milhão de orelhões de todo o País tocaram simultaneamente. Não foi uma pane no sistema. A chamada era apenas uma forma de divulgar o cartão Alô Sorte, novo produto do Banco de Idéias. O cartão telefônico funciona em qualquer orelhão do País e, de quebra, dá ao usuário a chance de concorrer a um carro Celta. Em três dias, foram vendidos 1,3 milhão de cartões. Com este novo produto, a empresa pretende alcançar a popularidade das loterias instantâneas, conhecidas como raspadinhas ? também criação do Banco de Idéias. ?Os cartões telefônicos são mais acessíveis até do que as raspadinhas?, diz Roberto Marques, um dos sócios da empresa. Da sede do Banco de Idéias, um verdadeiro celeiro de novidades, saíram outros projetos como o dos títulos de capitalização populares, que ganharam o País com os apelidos de PapaTudo e TeleSena. ?Nosso trabalho é criar. Depois é que vamos correr atrás da tecnologia para dar vida à idéia?, explica Marques.

Com uma equipe de 23 pessoas, o Banco de Idéias está sempre inventando produtos. Com o projeto em mãos, eles partem em busca dos clientes. Foi assim que conseguiram convencer a Adams, dona da marca de chicletes Ping-Pong, a lançar um álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 82. Com uma figurinha de jogador em cada unidade, a companhia vendeu nada menos que 2 bilhões de gomas de mascar. Eles evitam ser comparados a uma agência de publicidade. O Banco de Idéias está numa etapa anterior. ?Muitas vezes o cliente vem até aqui em busca de uma salvação para seu produto. Até mesmo sem a agência saber?, conta Luiz Carlos Campos, outro sócio da empresa. O cartão Alô Fácil é uma exceção, não será apresentado a nenhum cliente. Essa é a primeira vez que a empresa compra a própria idéia. A aposta é alta. ?O mérito ou o fracasso será todo nosso?, diz Campos.