A Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), região amazônica que nos últimos meses ficou famosa, após a tentativa do governo do presidente Michel Temer de liberar projetos de mineração, está novamente protegida por lei. Ao menos por enquanto. A revogação do decreto do Ministério das Minas e Energia, que autorizava ou a pesquisa e lavra minerária na reserva, foi publicada no Diário Oficial na terça-feira 26. Na prática, a área de floresta nativa de 47 mil quilômetros quadrados, com baixo índice de desmatamento, duas terras indígenas e sete unidades de conservação federais e estaduais, volta a estar fechada para qualquer atividade econômica. Isso não garante, no entanto, que a Renca está livre de novas ofensivas.

Apesar do clima alívio entre ambientalistas, existem razões para desconfiar do passo atrás do governo. Na nota oficial em que anunciou a decisão de retroceder em relação à Renca, o Ministério de Minas e Energia deixou subtendido de que o recuo do governo é estratégico. Ao informar que recuaria da decisão, por pressão da opinião pública, o governo deixou alguns indícios. “As razões que levaram a propor a extinção da reserva permanecem presentes. O País necessita crescer e gerar empregos, atrair investimentos para o setor mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”.

(Nota publicada na Edição 1038 da Revista Dinheiro)