Faltou muito pouco para o senador Renato Casagrande, do PSB, beliscar o título de governador mais votado do País, com os 82,3% dos votos que recebeu no Espírito Santo.  Ele perdeu apenas para Eduardo Campos, do seu partido, e deve a vitória ao ajuste econômico feito pelo antecessor, Paulo Hartung, que o apoiou.  Os números do estado são eloquentes. A receita de tributos cresceu 170,6% nos últimos oito anos – só o número de contribuintes de ICMS subiu de 44 mil, em 2006, para 70 mil, em 2010 – e a organização das contas permitiu ao governo investir R$ 1,17 bilhão em serviços e obras públicas em 2009.

 

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Renato Casagrande: O segundo governador mais votado do Brasil foi favorecido

pelo ajuste feito pelo antecessor, Paulo Hartung, que o apoiou

 

A economia do Espírito Santo entrou nos trilhos nos últimos oito anos. Elaborado em parceria com a iniciativa privada, o “Plano Espírito Santo 2025” ajudou a alçar o estado ao posto de maior polo de pelotização do mundo (com a produção de minério de ferro) e segundo maior polo produtor de petróleo do Brasil – a produção vai superar 300 mil barris por dia em 2010. 

 

O plano prevê investimentos de R$ 65 bilhões e a geração de aproximadamente 50 mil empregos entre 2010 e 2014. O bom momento transformou a eleição em favas contadas, principalmente depois que Casagrande se tornou o candidato da situação.  “Tenho o compromisso de consolidar o que foi feito, mas de avançar em pontos como segurança e saúde”, disse Casagrande à DINHEIRO.

 

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O governador eleito sabe que terá muito a fazer para melhorar os indicadores sociais do estado. Enquanto a infraestrutura recebeu R$ 2 bilhões nos últimos quatro anos, os investimentos em educação, saúde e segurança não passaram de R$ 1,7 bilhões. 

 

O Espírito Santo ostenta a segunda pior taxa de homicídios do país (53,3 mortes/100 mil habitantes) e a pior taxa de escolarização entre os jovens de 18 a 24 anos. “Paulo Hartung recuperou a economia, mas há ressalvas a sua gestão na área social”, avalia o cientista político Roberto Simões, da Universidade Federal do Espírito Santo. 

 

“Ainda temos um passivo na relação com o governo federal. O aeroporto, a área portuária e as rodovias do estado precisam de investimentos”, diz Casagrande, que vai ter de lidar com a sombra de Hartung. O atual governador é cotado para trabalhar num possível governo Dilma. Se isso não ocorrer, ele seguiria atuando no Espírito Santo.