A União Europeia afirmou nesta quinta-feira que os membros da zona do euro devem crescer mais que o antes projetado, com o impulso da força do consumo privado e da recuperação global. Com isso, a região da moeda comum deve ostentar a expansão mais rápida em uma década.

A UE prevê crescimento de 2,2% na zona do euro em 2017, de 1,7% na projeção anterior, divulgada em maio deste ano. Para 2018, a expectativa subiu de 1,8% anteriormente para 2,1% agora. Em 2019, a UE prevê crescimento de 1,9%.

Em toda a União Europeia, a previsão é de crescimento de 2,3% em 2017, de 1,9% em maio.

A melhora na perspectiva reflete um melhor cenário no mundo, que garante investimentos de companhias da UE, enquanto as incertezas políticas e econômicas diminuem. Governos centristas favoráveis ao bloco europeu mantiveram-se no poder na Alemanha, na França e na Holanda, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as políticas acomodatícias.

“Após cinco anos de recuperação moderada, o crescimento europeu agora tem acelerado. Vemos boas notícias em muitas frentes, com a criação de mais empregos, aumento no investimento e fortalecimento das finanças públicas”, afirmou Pierre Moscovici, comissário europeu para questões econômicas e financeiras.

Apesar das projeções otimistas, a UE disse que ainda há pressões no mercado de trabalho, nos salários e na inflação. Além disso, existem incertezas com a saída do Reino Unido da UE, o chamado Brexit, e com as políticas protecionistas almejadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As ameaças são evidentes nas projeções do bloco para 2018 e 2019, quando o crescimento econômico deve desacelerar. A zona do euro deve crescer menos em 2019, quando o Reino Unido deixará a UE, mostram as projeções.

A UE ainda cita a questão da crise entre o governo regional da Catalunha e o da Espanha. Segundo o bloco, as reações do mercado aos desdobramentos políticos têm sido “contidas”, mas ainda não está claro qual impacto pode gerar a questão catalã para o PIB espanhol.

A inflação na zona do euro deve se manter em geral estável em 1,5% em 2017, abaixo da alta de 1,6% antes projetada. Ela deve ainda desacelerar para 1,4% no próximo ano, antes de uma modesta alta para 1,6% em 2019. A meta do BCE é de quase 2%. Em outubro, a inflação ao consumidor da zona do euro ficou em 1,4%, segundo a leitura preliminar.

O desemprego na zona do euro recua mais rápido que o esperado em maio e deve chegar a 9,1% no fim deste ano e a 8,5% em 2018, batendo em 7,9% em 2019, mostram as projeções. Anteriormente, a UE esperava 9,4% em 2017 e 8,9% em 2018.

Conforme o crescimento econômico ganha ritmo, as economias da zona do euro devem reduzir seus déficits orçamentários mais rápido que o antes antecipado, disse a UE. Os integrantes da zona do euro devem registrar déficit médio de 1,1% do PIB em 2017, abaixo do de 1,4% antes esperado. Esse déficit deve recuar a 0,9% no próximo ano, de 1,3% anteriormente, e cair mais, a 0,8%, em 2019.

“As economias de todos os Estados membros crescem e o mercado de trabalho deles melhora, mas os salários sobem apenas lentamente”, afirma a UE, que cita a fraqueza nas condições de emprego. “O crescimento do PIB e da inflação são portanto ainda dependentes da política de apoio”, sustenta o bloco. Fonte: Dow Jones Newswires.