A União Europeia (UE) pediu nesta segunda-feira (16) aos Estados Unidos que aceitem um acordo para pôr fim a 15 anos de conflito comercial entre a Airbus e a Boeing, temendo novas tarifas de Washington no âmbito desta disputa.

“Já há tarifas suficientes no mundo, por isso, impor tarifas uns aos outros, algo que a Organização Mundial do Comércio (OMC) nos autoriza, não seria uma boa solução”, declarou a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström.

A batalha jurídica entre a Airbus e a Boeing diante da OMC já dura 15 anos e teve início quando Washington decretou o fim de um acordo entre americanos e europeus de 1992 que regulava os investimentos no setor da aviação.

Os Estados Unidos acusaram, em primeiro lugar, em 2004, o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Espanha de concederem subsídios ilegais para apoiar a produção de uma série de produtos da Airbus.

Um ano depois, a UE afirmou que a Boeing tinha recebido 19,1 bilhões de dólares de subsídios proibidos entre 1989 e 2006 de parte de diversos organismos do governo americano.

Por fim, ambas as partes tiveram sucesso parcial diante da OMC, o que lhes permite impor sanções mútuas. Malmström considera que Washington pode impor tarifas na semana de 13 de outubro.

A responsável pelo Comércio da UE explicou que eles propuseram aos Estados Unidos “tentar fechar um acordo para alcançar em conjunto uma solução negociada” e buscar uma linha de ação comum sobre a questão dos aviões.

No caso de novas tarifas nos EUA, o bloco europeu precisaria de pelo menos seis meses para responder com medidas semelhantes.

O conflito entre a Airbus e a Boeing é um dos muitos que alimentam as tensões transatlânticas, que se agravaram rapidamente com a chegada de Donald Trump à Casa Branca em 2017.