O vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, pediu aos Estados Unidos, nesta terça-feira (13), que aceitem um acordo, depois que a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou a UE a aplicar represálias pela disputa Boeing-Airbus.

“Deixei claro que minha forte preferência é por um acordo negociado com os Estados Unidos, evitando rodadas de medidas prejudiciais e contramedidas”, afirmou Dombrovskis, alto representante da UE para o Comércio em um comunicado.

“Nossa sugestão é que os Estados Unidos retirem as tarifas impostas neste caso. A UE evitaria exercer o direito de tarifas de represália, e limpamos a mesa, trabalhando juntos para encontrar um território comum em várias áreas”, propôs.

Nesta terça, a OMC autorizou que a UE imponha tarifas a cerca de 4 bilhões de dólares de importações americanas ao ano, em represália pelas ajudas concedidas à Boeing.

A instituição concluiu que a “natureza dos efeitos desfavoráveis” vinculados às ajudas ao fabricante de aviões americano chega a cerca de 4 bilhões de dólares e que, portanto, Bruxelas não pode pedir contramedidas que ultrapassem esse valor.

Segundo uma lista, à qual a AFP teve acesso, a UE poderia impor tarifas às aeronaves fabricadas nos EUA, junto com tratores, batatas, amendoim, suco de laranja congelado, tabaco, ketchup e salmão do Pacífico.

UE e Estados Unidos se acusam mutuamente de conceder subsídio ilegal a seus respectivas fabricantes de aviões. Ambos apresentaram reclamações ao Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC.

Depois do anúncio de hoje, a UE deve pedir permissão ao OSC para aplicar a decisão. Isso pode acontecer na próxima reunião do órgão, em 26 de outubro, uma semana antes da eleição presidencial nos Estados Unidos.

No ano passado, a OMC autorizou um recorde de 7,5 bilhões de dólares em sanções americanas contra bens e serviços europeus pela assistência do bloco à empresa Airbus, também considerada inadequada sob os regulamentos comerciais internacionais.

Washington impôs tarifas punitivas de 25% sobre produtos da UE como vinho, queijo e azeite de oliva.