Por Francesco Guarascio

BRUXELAS (Reuters) – Os ministros da Saúde da União Europeia foram orientados nesta sexta-feira a se prepararem para distribuir a quarta dose da vacina contra a Covid-19 assim que os dados mostrarem que ela é necessária, uma vez que o bloco enfrenta um crescimento de casos impulsionado pela variante Ômicron do coronavírus.

O órgão regulador de remédios da UE afirmou no começo desta semana que seria razoável aplicar a quarta dose em pessoas com sistemas imunológicos severamente enfraquecidos, mas que precisava de mais evidências.

“Se observarmos dados conclusivos sobre a necessidade de uma quarta dose, precisamos estar prontos para agir”, disse a comissária de Saúde da UE, Stella Kyriakides, a ministros do bloco em uma videoconferência.

A reunião foi organizada de última hora pelo governo francês, que detém a Presidência rotativa da UE, e se concentrou na necessidade de uma quarta dose e em vacinas adaptadas contra variantes.

Em um tuíte após a conferência, Kyriakides observou que a prioridade deve ser imunizar os não vacinados, que ainda constituem cerca de um quarto da população da UE.

Membros da UE, Hungria e Dinamarca já decidiram aplicar a quarta dose das vacinas contra Covid-19. Copenhague afirmou que o faria para os mais vulneráveis, e o governo húngaro disse que todos poderiam recebê-la após uma consulta médica.

A aplicação da quarta dose começou em Israel no mês passado, o primeiro país a administrar a chamada segunda dose de reforço. A campanha deve continuar apesar das conclusões preliminares de que a quarta dose não é suficiente para prevenir infecções pela Ômicron.

Nações mais ricas decidiram acelerar a aplicação de terceiras doses em meio a uma onda de novos casos causados pela variante mais contagiosa Ômicron, mas permanecem divididos em relação à quarta.

Muitos consideram que mais dados são necessários antes de tomar uma decisão.

VACINAS ADAPTADAS

A reunião também discutiu a coordenação com outras políticas de Covid, incluindo possíveis novas compras conjuntas de imunizantes, com “vacinas que se adaptam às variantes chegando em breve”, afirmou a Presidência francesa.

Vacinas adaptadas à Ômicron podem estar prontas ainda em março, mas a reguladora de remédios da UE afirmou que ainda não está claro se elas são necessárias.

Está em andamento o desenvolvimento de vacinas multivalentes que podem proteger contra múltiplas variantes, mas ainda não se sabe quando ou se elas estarão disponíveis.

“Está claro que uma nova geração de vacinas eficazes contra várias variantes e que protegem idealmente contra infecções deve ser priorizada”, disse Kyriakides a ministros.

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