O chefe da diplomacia da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, lamentou na segunda-feira (25) o gesto hostil do Reino Unido ao negar pleno status diplomático ao embaixador do bloco em Londres, embora tenha expressado confiança em resolver a disputa de forma satisfatória.

“Não foi um sinal amigável e é o primeiro que o Reino Unido nos envia imediatamente após se retirar da União Europeia”, disse Borrell no final de uma reunião de chanceleres dos 27 países da UE.

“Se isso continuar assim, não temos boas perspectivas”, lamentou o chefe da diplomacia europeia.

As tensões surgiram devido à relutância de Londres em reconhecer ao novo embaixador da UE, João Vale de Almeida, o mesmo estatuto diplomático que atribui a representantes de países soberanos.

A posição da UE defende que o diplomata e a sua equipe são protegidos pela Convenção de Viena, tal como os representantes de um Estado soberano, embora Londres considere que apenas a imunidade concedida às organizações internacionais lhes corresponde.

O assunto ocupou parte da reunião dos chanceleres europeus em Bruxelas, embora “tenha prevalecido a unidade considerando que este gesto não é dos mais amigáveis”, comentou o governante.

De acordo com Borrell, a UE não está “pedindo nada de novo”.

“Temos 143 representações da UE em todo o mundo e todas elas têm status diplomático de acordo com a Convenção de Viena, que permite a reciprocidade. Esta é a norma”, disse ele.

Por isso, destacou que o Reino Unido “seria o único país do mundo que não concordaria em reconhecer o estatuto diplomático da representação da UE, a que tem direito”.

“Estamos confiantes de que esta disputa com os nossos amigos em Londres será resolvida de forma satisfatória para ambas as partes”, insistiu.