A União Europeia elevou hoje suas projeções de crescimento econômico para 2017, apesar de enfrentar crescentes riscos políticos e incertezas.

No primeiro relatório de previsões desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a Comissão Europeia – braço executivo da UE – avaliou que o bloco mostrou resistência aos choques econômicos do ano passado, quando o Reino Unido votou para abandonar a união.

Segundo a comissão, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro provavelmente cresceu 1,7% em 2016, como já havia sido previsto em novembro. Em 2017, porém, a nova previsão é de expansão maior, de 1,6%, ante 1,5% anteriormente. Houve revisão para cima também na taxa de crescimento esperada para 2018, de 1,7% para 1,8%.

Na UE como um todo, a expectativa é de avanço no PIB de 1,9% em 2016 e de 1,8% em 2017, ante 1,8% e 1,6% anteriormente. Para 2018, a projeção continua sendo de alta de 1,8%.

É a primeira vez desde 2008 que a comissão prevê expansão generalizada no bloco num período de três anos, no caso de 2016 a 2018. Os gastos dos consumidores devem garantir o bom desempenho, assim como a recuperação global deverá impulsionar as exportações europeias.

No entanto, incertezas relacionadas à ainda obscura visão de Trump para áreas importantes e o plano do Reino Unido de romper com a UE (no processo conhecido como “Brexit”) significam que “aumentaram os riscos negativos” para as projeções do bloco, disse a comissão, mencionando possíveis reveses no comércio.

Além disso, existe a possibilidade de a Grécia chegar a um novo impasse sobre a ajuda financeira que recebeu da zona do euro, e há eleições previstas este ano na Alemanha, França e Holanda, onde partidos contrários à UE estão avançando nas pesquisas de opinião.

Para Pierre Moscovici, comissário da UE para assuntos econômicos e financeiros, “é mais importante do que nunca que continuemos usando todos os instrumentos de política para sustentar o crescimento”, diante do alto grau de incertezas e apesar da resistência exibida pela economia europeia ao longo do último ano.

Quanto a inflação ao consumidor da zona do euro, a comissão agora prevê taxa de 1,7% este ano, ante 1,4% em 2016. Para 2018, a previsão é de taxa de 1,4%, igual à de novembro e ainda bem abaixo da meta do Banco Central Europeu, que é de nível ligeiramente inferior a 2%.

Já a taxa de desemprego da zona do euro deverá cair de 10% no ano passado para 9,6% em 2017 e 9,1% em 2018. Na UE, prevê-se desemprego de 8,1% este ano, ante 8,5% em 2016 e com queda para 7,8% em 2018.

Para o déficit fiscal da zona do euro, a projeção é de redução para 1,4% do PIB este ano, de 1,7% em 2016. Para a UE, a previsão é de 1,7% do PIB em 2017 e 1,6% no próximo ano.

As projeções oficiais da comissão, que são divulgadas a cada quatro meses, servem como base para negociações orçamentárias entre autoridades da UE em Bruxelas e dos governos do bloco. Fonte: Dow Jones Newswires.