A União Europeia reduziu sua projeção para o crescimento da zona do euro nesta quinta-feira, enquanto o conflito comercial com os Estados Unidos e distúrbios políticos dentro do bloco ameaçam o impulso econômico. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deve crescer 2,1% neste ano, previu a UE em seu relatório trimestral, um corte em comparação com a projeção de alta de 2,3% de maio. Em 2019, o PIB da zona do euro deve avançar 2,0%, em linha com a expectativa anterior.

A revisão para baixo é uma mostra do impacto das tensões comerciais entre a UE e o presidente americano, Donald Trump, que impôs tarifas ao aço e ao alumínio da Europa em junho, o que motivou retaliações contra produtos americanos. A Casa Branca ameaça impor tarifas a automóveis europeus, enquanto a Itália pode desafiar as regras da UE. Nesse quadro, a zona do euro enfrenta “risco significativo de baixa”, após crescimento econômico de 2,4% no ano passado, o mais forte em uma década.

“Um ambiente externo desfavorável, como as tensões comerciais crescentes com os EUA, pode ameaçar a confiança e prejudicar a expansão econômica”, afirmou Valdis Dombrovskis, vice-presidente para o euro da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

A alta nos preços de energia e a incerteza política também pressionam o crescimento, apesar dos fundamento sólidos e das políticas monetárias acomodatícias do Banco Central Europeu (BCE), afirmou o diretor de assuntos econômicos e financeiros da Comissão Europeia, Pierre Moscovici. “Uma escalada maior de medidas protecionistas é um claro risco de baixa”, afirmou ele. “As guerras comerciais não produzem vencedores, apenas baixas.”

Especificamente no caso da Alemanha, a Comissão Europeia projeta crescimento de 1,9% neste ano e no seguinte. Antes, previa 2,3% neste ano e 2,1% em 2019. O país também corre riscos com as incertezas no comércio global, apontou a UE.

Já a inflação na zona do euro deve acelerar um pouco, diante do impulso nos preços de energia, previu a UE. O bloco elevou sua projeção para a inflação de 1,5% para 1,7% neste ano, prevendo que a inflação ao consumidor siga em 1,7% em 2019, acima do patamar de 1,6% antes esperado. Fonte: Dow Jones Newswires.