A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que a União Europeia (UE) está “caminhando” para que o vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, se torne endêmico, principalmente devido à variante Ômicron, mas “ainda não está nessa fase”.

“Ninguém sabe exatamente quando se chegará ao fim do túnel, mas chegaremos lá e o que é importante e o que estamos vendo é que estamos de fato caminhando para que o vírus se torne mais endêmico, mas penso que não podemos dizer que já atingimos esse estatuto”, declarou o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA, Marco Cavaleri.

+ Ômicron não será a última variante para se preocupar, diz OMS

Falando na primeira conferência de imprensa do ano da agência europeia, Marco Cavaleri assinalou que “o vírus continua a se comportar como um vírus pandêmico e as emergências relacionadas com a Ômicron mostram claramente […] que ainda se trata de uma pandemia”.

“No entanto, com o aumento da imunidade na população e com a Ômicron haverá muita imunidade natural ocorrendo além da vacinação, [pelo que] estaremos rapidamente a caminhar para um cenário que estará mais próximo da endemicidade”, estimou.

A posição surge em um período de elevado ressurgimento de casos por infeção com o SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduz em mais internações ou mortes. O que vem contribuindo para o elevado número de casos, que batem níveis recordes, é a grande transmissibilidade da variante Ômicron.

Marco Cavaleri retratou que a UE está registando “um rápido crescimento das taxas de infeção em todos os Estados-membros”.

A situação é em grande parte motivada pela circulação contínua da variante Delta e pela rápida propagação da variante Ômicron em muitos países”, disse, acrescentando que a Ômicron foi detectada pela primeira vez na Europa no final do ano passado, encontrando-se agora espalhada pelo continente e “está se tornando rapidamente a variante dominante, ainda que pareça causar doenças menos graves do que a variante Delta.

Quanto à eficácia das vacinas anticovid-19, o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA comentou de estudos realizados na África do Sul e no Reino Unido, que revelaram que a proteção “aumenta até aos 90% após a vacina de reforço”.

“Isto confirma a importância de os cidadãos da UE completarem a sua vacinação primária com uma das vacinas autorizadas pela UE e de aqueles elegíveis receberem uma vacina de reforço”, afirmou.

Marco Cavaleri adiantou ser ainda “muito frequente a reinfeção com a variante Ômicron, mesmo em pessoas totalmente vacinadas”.