Por Andriy Perun e Oleh Papushenko

LVIV, Ucrânia (Reuters) – A avó de Sofia Telehina ligou aos prantos há mais de um mês a partir da cidade portuária sitiada de Mariupol, no leste da Ucrânia, e perguntou se ela também estava se escondendo das bombas. Foi a última vez que Sofia soube de seus avós.

A gerente de projetos está entre as pessoas que tentam contatar desesperadamente alguns dos mais de 100 mil civis que, segundo as autoridades ucranianas, devem estar presos a condições precárias em Mariupol, hoje quase totalmente sob controle dos russos. 

“Ela disse que tudo foi bombardeado e ficou em pedaços. Ela chorava o tempo todo”, disse Telehina à Reuters na segurança relativa da cidade de Lviv, no oeste do país.

“Desde então, não consegui mais encontrá-la.”

Bombardeios pesados destruíram a infraestrutura de serviços de Mariupol logo depois da invasão da Rússia no dia 24 de fevereiro, por isso os desesperados por notícias de parentes e amigos não têm ideia se as pessoas que estão procurando estão entre os milhares que podem ter sido mortos na cidade, ou se ainda estão se abrigando nas ruínas da cidade, sem conseguir fazer contato. 

A Rússia nega ataques a civis e chama sua invasão de “operação militar especial”. 

Sofia pediu a ajuda de voluntários para tentar encontrar seus avós na casa deles. Sua avó, uma professora de música de 69 anos de idade em uma escola de educação infantil, e seu avô, um metalúrgico aposentado de 70 anos, moram no nono andar de um prédio de apartamentos. 

“Nenhum deles conseguiu chegar até a casa deles, pois a área em torno dos prédios estava sendo bombardeada”, disse Sofia, compartilhando uma foto abraçando seu avô. 

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