A Ucrânia, que há quatro anos enfrenta um conflito violento com os separatistas pró-Rússia, celebrou nesta sexta-feira o 27º aniversário de sua independência com um desfile militar sem precedentes.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, em um sinal de apoio de seu país Kiev, compareceu ao desfile celebrado na avenida principal da capital ucraniana diante de milhares de espectadores. Muitas pessoas usavam camisas com o bordado tradicional, que se tornaram um símbolo patriótico ante a crise com Moscou.

O desfile contou com quase 4.500 militares e 250 peças de armamento e equipamentos militares, como mísseis antiaéreos S-300 e Buk, lança-mísseis Grad ou mísseis antitanques Javelin, que Washington vendeu este ano para a Ucrânia.

“É o maior desfile desde a independência da Ucrânia”, declarou à AFP Viktoria Kushnir, porta-voz do ministério da Defesa.

Pela primeira vez desde 2009, a aviação (helicópteros de combate, caças, bombardeiros) participou no evento.

Outra novidade no desfile foi a participação da unidade integrada apenas por mulheres, estudantes em universidades militares.

Também compareceram militares de países que apoiam Kiev, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido ou Polônia.

A demonstração de força contrasta com a ruína do exército ucraniano no início do conflito em 2014, com equipamentos antigos e tropas desmoralizadas. Na ocasião foram criados corpos de voluntários independentes para lutar contra os rebeldes, apoiados militarmente por Moscou, segundo Kiev e os países ocidentais.

O conflito com os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia provocou mais de 10.000 mortes.